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Inspiração para um Ano Sábatico: rodei o mundo e descobri a mim mesma! – por Raquel Caseri

INSPIRAÇÃO PARA UM ANO Sabático: rodei o mundo e acabei descobrindo a mim mesma

Insatisfeita com o rumo da vida, Raquel deixou a estabilidade pra viajar o mundo em um sabático. O melhor foi descobrir que o lugar mais lindo e seguro do mundo pra viajar é pra dentro de si mesma!

Convidada Viajera da vez: Raquel Caseri

Professora de yoga e meditação, thetahealer e facilitadora de processos de auto conhecimento e auto desenvolvimento

Comecei a jornada pela Califórnia: foto no parque nacional das Sequoias

Quero contar uma história minha que pode inspirar quem sonha tirar um ano sabático. Sou a Raquel, tenho 35 anos e em 2015, num momento de muitas dúvidas, do término de um longo relacionamento e uma inquietante busca por algo que eu não sabia exatamente o que era, decidi fechar a minha pequena agência de viagens e cair no mundo

Sempre gostei de viajar, a ponto de trabalhar com isso, mas até então, nunca tinha viajado sozinha. Era uma sensação de apenas ir, de me experimentar, conhecer outras culturas, ver outras formas de viver a vida, de deixar um pouco de lado todo aquele meu mundinho, aquelas dúvidas e aquelas buscas por respostas. 

Hoje eu vejo que a verdadeira busca era por mim mesma.

Acho que nunca fui ensinada a me ouvir dessa forma, de escutar meu coração, confiar em mim mesma! Então senti muitos medos de achar que eu não daria conta e de abrir mão da estabilidade que nossa sociedade tanto nos faz acreditar. 

E assim eu fui, com medo, mas fui. Decidida apenas a ouvir meu coração e me permitir.

Fiquei 4 meses em Los Angeles. Lá fui aprendendo a me sentir confortável em estar sozinha. Arrisquei minhas primeiras saídas noturnas e uma viagem de 30 dias de carro pela Califórnia. 

De lá, fui para a Itália, por mais 4 meses, conhecer e viver de perto o lugar de onde vieram meus ancestrais. Lá fiz amigos, trabalhei num café e logo aprendi a falar italiano

Poderia contar em detalhes as sensações, descobertas e desafios que vivi em cada um desses lugares, mas o que quero contar hoje aqui é da última fase dessa viagem, um período de 2 meses pelo Sudeste Asiático. Sem dúvidas, a parte mais desafiadora. 

Viajando sozinha na Tailândia

Na ilha Koh Phi Phi, na Tailândia

Nunca tinha ido pra Ásia e sabia que me tiraria mais ainda da minha zona de conforto. Cheguei na Tailândia e já logo senti o quanto aquele lugar me traria sensações, percepções e novos olhares. 

Tive medos. Medos por ser mulher e estar sozinha. Uma cultura totalmente diferente, dificuldade de entender e ser entendida. 

Medo de, sem querer, desrespeitar aquela tradição e costumes, medo de confiar no outro, e uma única opção de me abrir para aquele novo e de confiar em mim mesma e na minha intuição

E esse era sempre o lugar pra onde eu voltava quando tinha dúvidas e incertezas

Mas ao mesmo tempo que eu escutava aquela vozinha de sempre estar atenta e não me colocar em situações perigosas (porque sim, sabemos que existe muita violência contra nós mulheres, e que sim, é importante estar atenta), mas também sentia uma profunda paz e energia daquela espiritualidade tão presente nesses países budistas

Sentia uma paz gostosa de estar nos templos, de observar e aprender com aquelas pessoas, como viviam, seus valores e sentidos pra vida e percebi que isso tudo fazia também muito sentido pra mim

Que a vida não precisaria ser apenas cumprir papéis que a sociedade espera de nós, e que eu poderia me perguntar, questionar e seguir o meu próprio caminho

E foi lá, pela primeira vez, que comecei a me conectar com a espiritualidade e com a subjetividade dessa vida. 

Sim, tinha um roteiro traçado que fiz a partir de tudo que aprendi como agente de viagens, mas também queria soltar esse meu lado controlador, deixar algumas coisas em aberto pra permitir que as coisas acontecessem de forma mais orgânica. 

Perrengues e aprendizados no caminho

A beleza surreal da Tailândia

E assim foi, fiz algumas mudanças de planos, por vontade minha ou não. Tive uma infecção alimentar que me fragilizou bastante, tive momentos de querer fazer amigos e tive momentos de ficar em silêncio. 

Tive momentos de achar que tudo estava difícil e complicado e tive momentos de sentir que estava tudo fluindo. Algumas horas tive saudades e me senti cansada

Outras, senti a vida pulsando dentro de mim e uma alegria profunda!

Conheci pessoas de várias partes do mundo, muitos europeus viajam sozinhos por lá também, conheci uma cultura baseada em valores muito diferentes daqueles que eu conhecia, me abri para conhecer aqueles hábitos sem tantos julgamentos, me conheci mais e mais através das experiências que eu vivia. 

E agora? Nada será como antes!

Templo budista na Tailândia

Sabia que aquilo tudo ia acabar em breve, mas como eu seguiria minha vida quando retornasse, era algo que ainda me inquietava

Sabia que as coisas não voltariam a ser como antes. Uma das coisas que mais permeava meus pensamentos era com o que eu iria trabalhar quando voltasse. Já não conseguiria voltar para aquele mundo corporativo, mas não tinha a menor ideia do que eu faria. 

Mas como a vida é tão sábia e sempre nos traz as respostas, quando a gente se permite silenciar para escutar, eu estava prestes a encontrar uma direção

Na Ásia são muito comuns os retiros de Yoga e meditação, e decidi me aventurar em um. Já tinha praticado Yoga um tempo antes e desde o começo dessa viagem buscava estúdios para praticar aonde eu estivesse

Fiz um retiro de 5 dias numa linda praia na ilha de Koh Phangan. Tínhamos uma programação bem tranquila entre aulas, aprofundamento na filosofia e algum tempo livre. 

Mas à medida que conhecia aqueles ensinamentos, sentia que queria aprender mais e mais. Aquilo tudo fazia muito sentido pra mim e naquele momento decidi que era com isso que eu iria trabalhar: yoga, autoconhecimento e espiritualidade.

Retornei ao Brasil depois de 10 meses viajando, para recomeçar minha vida do zero, trilhar um novo caminho, mais de peito aberto e com o compromisso comigo mesma de seguir o meu propósito baseado na minha verdade

Então por mais que eu te dê dicas de lugares para ir e o que conhecer, o coração disso tudo está em você se escutar, planejar e calcular sim como serão seus passos, mas também de se jogar, de se abrir para o novo, de escutar o que sua alma pede, e confiar que a vida vai te trazer exatamente o que você precisa.

Se você tem vontade de fazer um intercâmbio na California ou conhecer qualquer um desses lugares com todo o suporte e segurança, fale com a @agencialaviajera e realize seus sonhos com confiança!

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