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Intercâmbio na França, inesquecível! – por Ariane Lopes

Intercâmbio na França

Precisava me jogar no desconhecido. Me inserir totalmente em uma nova cultura, aprender uma língua. O destino me levou para Lyon - berço da culinária francesa e de toda a gentileza - e foi uma das melhores experiências da vida!

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Viajera convidada: Ariane Lopes

Nutricionista e eterna aventureira

Lyon foi muito melhor do que eu esperava. Quero repetir o intercâmbio e fazer tudo de novo

Tudo começou quando eu fui demitida do trabalho porque a empresa foi vendida. Decidi então viajar sozinha, pra um lugar que eu nunca tinha ido e não conhecia ninguém!

Fui em uma agência de intercâmbio e disse: “quero ficar em casa de família, e quero que você escolha o lugar”. E assim aconteceu, o atendente decretou meu destino: um intercâmbio na França, na cidade de Lyon.

Fiz questão de ficar em casa de família porque queria realmente viver uma nova cultura, da mesma maneira que os locais vivem e acredito que acertei muito nessa escolha.

Lá fui eu em um voo para desbravar o novo e aprender uma nova língua.

Cheguei em Paris e tinha que pegar um trem pra Lyon. Completamente desorientada, sem falar francês, nem inglês!! Hahaha

Uma menina viu que eu estava perdida e me ajudou falando espanhol, e por incrível que pareça, ela estava indo pra Lyon. 

Como ela viu que eu era uma “tapada”, ligou pro pai dela nos buscar na estação de trem em Lyon, porque eu tinha 2 malas enormes, era tarde e já não havia mais táxis disponíveis.

Eles me deixaram na porta da casa que eu ia morar, levaram minhas malas e tudo e nunca mais na minha vida eu vi eles!

Isso porque dizem que francês não é gentil e que odeia quando não falamos a língua deles! Pela minha experiência, isso está longe de ser verdade, principalmente em Lyon!

Mas vale ressaltar que na capital Paris é diferente mesmo… eles são sim mais mal humorados e grosseiros!

Supreendida pela França - tudo novo e melhor do que eu esperava

Meus "pais" franceses foram anjos na minha vida, queria levá-los comigo! Martine, Marco e seus filhos

Cheguei, conheci meus “pais” e eles eram maravilhosos! Assim como os meus pais de verdade, eles têm 6 filhos, mas nenhum morava com eles. 

Além dos meus “pais”, tinham mais 3 estudantes morando lá: duas americanas e uma carioca, de frente pro meu quarto! 

Elas eram super legais, mas não viramos muito amigas porque nossos horários não batiam e nós não estudávamos na mesma escola.

No meu primeiro dia de aula, quase morri de tanto nervoso, não sabia nem como chegar na escola! 

E pra minha surpresa, todos os meus amigos de classe eram o máximo, viramos super amigos

Era gente até de país que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida! Vocês conhecem um país chamado Liechtenstein? Muita gente assim como eu, não conhecia!

Ah, uma curiosidade, quem nasce lá não tem passaporte, porque o país não tem hospital pra nascimento de bebês! Eles vão pra Suíça e nascem lá, depois voltam pra casa. 

Os nativos desse país são muito ligados à arte e à música. E em todas as férias escolares eles fazem intercâmbio em países diferentes. Bem interessante!

Feliz da vida na Lafayette Bridge Lyon

E voltando ao assunto gentileza, em Lyon os franceses são tão amáveis que tenho várias histórias para contar. 

Em uma delas, eu estava na fila de uma balada super famosa. Mas a lotação já estava no máximo e eu não consegui entrar. E não tinha mais táxi! Fiquei arrasada!

Um cara local ouviu nossa conversa e se ofereceu para nos levar para outra balada no carro dele. E antes que você pense que ele o fez por algum interesse, eu estava com minha amiga colombiana e mais três caras!

No fim, a balada que ele nos levou era ainda mais legal que a outra, ele conseguiu camarote pra gente e ficamos curtindo lá até de manhã! Foi demais!

Ele deixou cada um na porta de casa! Tenho ele no Facebook, mas nunca mais o vi! Vai ser gentil assim em Lyon!

Imersa de verdade na cultura da França - o verdadeiro intercâmbio

Comendo ostras às 9 horas da manhã, como fazem os franceses! Superbe!

A minha professora também era o máximo, ela nos levava pra ter aula nos pontos turísticos da cidade, explicava a história do lugar (a Europa tem muita história que nem imaginamos).

Ela nos levava para as feiras pra comer ostra às 9 horas da manhã, porque esse era o cotidiano dos franceses. 

Ela explicava pra nós sobre cada queijo e cada vinho. Nos levava para os restaurantes locais, chamados Bouchons, que são restaurantes que só existem em Lyon, que é a cidade berço da história da gastronomia.

Um dos responsáveis por isso é o reconhecido chef Paul Bocuse, premiado pelo famoso Guia Michelin (criado em uma cidade próxima de Lyon) com as icônicas estrelas para os restaurantes. 

Dá pra perceber que a comida lá é uma das melhores da Terra, né? Engordei muito durante meu intercâmbio na França, tudo é de muito boa qualidade, os vinhos são os melhores!

E já que estava lá, claro que aproveitei para fazer um curso de culinária, ministrado na própria casa da chef de cozinha! Algo muito peculiar! Como nutricionista achei incrível, pois não há lugar melhor para aprender a cozinhar do que numa cozinha normal dentro de casa, da forma que vamos executar no dia a dia.

Me diverti demais, fiz mochilão na Europa com as minhas amigas de classe. Como éramos estudantes, não tínhamos muito dinheiro. Viajamos de ônibus pra Bruxelas, 9 horas de estrada, era bem loucura!

Alugamos também espaço em carro pelo app bla bla car pra irmos pra Amsterdam, 9 horas de viagem também. 

Conheci muitos países, muitas pessoas legais na Europa, tenho contato com eles até hoje.

Depois de 6 meses de intercâmbio na França, continuei minha aventura

San Sebastián no País Basco também me conquistou! Tanto que acabei ficando mais 3 meses por lá

No final do curso e do meu intercâmbio na França, foi choro do começo ao fim da viagem! Meus “pais” franceses eram anjos que eu queria poder levar comigo!

Alguns amigos ficaram por lá, outros voltaram para seus países de origem, outros se mudaram de continente.

Eu decidi fazer outro mochilão descendo de Biarritz na França, conhecendo todas as cidades até San Sebastián (ou Donostia, na língua basca) no País Basco, no norte da Espanha. Marque aqui seu tour gratuito na encantadora San Sebastián! 

Cada cidadezinha que eu ficava encantada com a arquitetura, belezas naturais e tudo de lugares que nunca tinha ouvido falar, e olha que eu me considero uma pessoa viajada, viu?!

Uma coisa muito legal de ver na Europa é a quantidade de mulheres que viajam sozinhas, lá é a coisa mais normal e corriqueira do mundo!

Quando cheguei em San Sebastián, acabei ficando lá mais 3 meses, de tão incrível que é!! 

A cidade basca tem festival de cinema que recebe gente de todo o mundo, grandes teatros, campeonatos de surf, estação de Ski bem pertinho e claro, muita festa. Além de ser o berço dos frutos do mar na Europa! Que delícia de vida!

Hoje em dia eu moro em Orlando, na Flórida (EUA) e por coincidência, a carioca que morava comigo lá está morando em Tampa! Fui visitá-la, foi super legal. 

Outra grande amiga – acho que a mais chegada durante a minha viagem – uma colombiana de Medellín, está morando em New York, estou planejando uma visita o mais breve possível também! 

Ano passado voltei em Lyon, e reencontrei alguns amigos que ficaram por lá, casaram, tiveram filhos, foi emocionante! 

Essa foi a viagem que mudou minha vida para sempre, foi a melhor época da minha vida inteirinha, MEU SONHO É FAZER TUDO DE NOVO! 

Mesma cidade, mesma escola, simplesmente quero viver essa experiência maravilhosa de um intercâmbio na França outra vez! Estou planejando para o ano que vem.

E você, sonha em fazer intercâmbio? Para qual lugar iria?

Ao planejar sua próxima viagem, confira todas as vantagens e descontos exclusivos oferecidos pelo Blog La Viajera!

Melhor ainda é poder confiar em alguém que planeje e execute tudo pra você! Fale comigo na agência La Viajera! Também temos intercâmbio! Venha viver essa experiência memorável!

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De sonhar na Belina a realizar em Paris – por Camile Freitas

Do sonho à realidade - Parte 1

Um longo caminho entre a Belina e Paris

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Viajera convidada: Camile Freitas

Jornalista, cantora de karaokê e mãe de gato

Como Au Pair, ganhando em dólares, pude começar a viajar sozinha. Meu primeiro destino foi a Europa. Em Londres, na London Eye

Eu lembro até hoje o momento exato em que a ficha caiu e eu entendi que teria que viajar sozinha pela primeira vez. Não foi um grande susto ou uma grande decepção, apenas um fato: “é o que tem pra hoje”. 

Talvez um pouco de contexto seja necessário. Eu sou a caçula de três filhos e minha família nunca teve muito dinheiro. Nunca faltou nada, graças a Deus, mas também nunca sobrou. 

Durante toda a minha infância, viajar significava enfiar as crianças na Belina do meu pai (quem lembra desse carro?) e ficar seis horas dentro dele rumo ao norte, para a casa dos meus avós maternos no Rio de Janeiro, ou rumo ao sul, para a casa de praia da minha avó postiça, na Praia de Leste, Paraná

Não se engane: eram viagens divertidíssimas e eu tenho lembranças maravilhosas de montar teatrinhos com a minha irmã na janela da vovó, ou brincar de Uno com os amigos da praia.

Mas enquanto eu aprendia inglês assistindo Friends e Dawson’s Creek, e conhecer Nova York e Paris parecia um sonho distante, eu tinha que ver as colegas de escola viajando para a Disney, fazendo intercâmbio e contando histórias dos outlets de Miami – brasileiros, né mores? 

Eu cheguei a pedir para a minha mãe algumas vezes para fazer intercâmbio, mas o dinheiro não dava. E vida que segue.

A resposta para o meu sonho de adolescente: o programa de Au Pair

Pela 1ª vez não tive que negociar nada com ninguém: passei 6 horas no Museu do Louvre do jeito que eu quis!

Fast forward para depois da faculdade e eu tinha andado de avião só uma vez na vida: um bate e volta no Rio para entrevistar o Edson Celulari para uma revista em que eu escrevia na época. 

Eu fiquei sabendo do programa de au pair quando tinha 23 anos – aquele sistema que você mora na casa de uma família e cuida das crianças por um salário “marromeno”, casa, comida, roupa lavada – que você mesma vai lavar, claro! – e uma bolsa de estudos para justificar o visto de estudante. 

Era a minha chance de fazer o tão sonhado intercâmbio!

E lá vou eu. Preparei as minhas malas, comprei um monte de tranqueira brasileira para levar para a minha família americana – desde paçoca e pé de moleque a Havaianas e CD da Daniela Mercury – e fiz a minha segunda viagem de avião ever com mais umas 30 meninas (bem barulhentas, aliás). 

Calma! Eu vou chegar a parte de viajar sozinha.. podemos chamar esse texto de parte 1, ok?

O hotel do treinamento ficava a duas horas de… NOVA YORK! Que sonho, que maravilha! Eu vou finalmente conhecer Nova York! Chandler Bing, aqui vou eu! Mas que decepção…

Hahahaha! Esse é o problema em criar expectativas, né? Eu e mais não lembro quantas meninas, super cansadas depois da maratona de cursos e aulas, num ônibus mequetrefe, o dia estava muito frio e chuvoso e eu não pude ver nenhum dos lugares que eu sempre sonhei na minha Nova York, porque tínhamos que seguir o roteiro do busão. Fuen Fuen Fuen

Já na casa da minha família, um belo dia a minha host mother me pergunta: o que você pretende com essa experiência? Eu não pensei duas vezes: eu quero viajar! 

 

Minha primeira chance de viajar sozinha

Meu primeiro destino na Europa foi a majestosa Londres: enquanto minha amiga trabalhava, eu explorava a cidade!

Já sabia qual seria meu primeiro destino: Londres, para visitar uma amiga da faculdade que estava dividindo um quarto com outras três brasileiras, e uma esticadinha em Paris. 

Durante o dia, eu conhecia Londres sozinha, já que minha amiga estava trabalhando. Mas, à noite, essa cidade incrível era nossa… pubs divertidíssimos, uma noite inesquecível na famosa balada Heaven e um piquenique à noite, com vinho e sanduíches do McDonald’s no parque em frente à London Eye

Essa rainha sabe das coisas!

Teoricamente, eu sabia que iria a Paris sozinha, que faria as coisas sozinha, dormir no hostel com estranhos sozinha, comer no restaurante sozinha e me virar sozinha. 

Pensei até em desistir, mas estamos falando de Paris aqui. Torre Eiffel, Museu do Louvre, Champs-Élysées e todas as coisas maravilhosas que fazem jus à reputação de Paris.

Logo de cara, percebi uma das principais vantagens de viajar sozinha: você faz o seu próprio roteiro! 

Você acorda a hora que quer, vai onde quer, fica a quantidade de tempo que quiser em cada local e basicamente monta a sua viagem perfeita

Sem ter que ceder para as vontades do seu companheiro de viagem e sem precisar sacrificar algo que queira muito. Londres com a Milena foi fantástica? Sem dúvida! 

Mas Paris foi a minha Paris… desde o choro ao ver a torre Eiffel até a escolha de passar O DIA INTEIRO andando pelo Louvre – incluindo a decepção com a Monalisa de Da Vinci.

Meu primeiro dia foi puxado… eu perdi meu voo Londres – Paris e acabei fazendo amigos estranhos no aeroporto enquanto esperava meu próximo vôo – afinal de contas, não é todo mundo que está disposto a conversar com uma brasileira tagarela com sotaque americano!

Paris foi minha - a descoberta das maravilhas de viajar sozinha

Quando vi a Torre Eiffel chorei de emoção. Mas bom mesmo foi descobrir a liberdade que viajar sozinha proporciona!

Chegando em Paris, fui até o hostel, larguei as malas e me joguei

Comecei na Torre Eiffel, e chorei feito uma criança… estamos falando de 2007, crianças! Então não tinha Instagram (e um esboço do Facebook) para mostrar essas coisas para a família (uhum!). 

Então eu gravava vídeos, na minha câmera digital, para mandar depois. Tive que fazer três takes para não mandar o vídeo com aquela voz embargada, cheia de choro, que a sua mãe adora ouvir quando você está sozinha no mundo!

Na torre, eu passei umas duas horas tirando fotos, andando pelo jardim, subindo nas coisas, vendo ratos nas lixeiras, e fazendo a turista

Sem ninguém para dizer “vamos ficar mais um pouco” ou “já deu, vamos para outro lugar”: eu decidia o horário e o roteiro de tudo! Estava no céu…

Como a maioria das coisas que eu queria ver estavam na Champs-Élysées, eu decidi andar aquela avenida inteira. 

Eu nunca me perdi tanto na vida! “Olha que rua linda!” e entrava ali… “Olha a janela florida! Tem outra ali do lado!” e lá ia eu. E quando eu me dava por mim, onde está Camile? 

Perdida pelas ruas de Paris! E é verdade que os parisienses não gostam de pessoas que perguntam se eles falam inglês… =/

Mas eventualmente, eu achava meu caminho de volta à Champs-Élysées, rumo ao Arco do Triunfo e ao Museu do Louvre. Eu andei tanto nesse dia e fiquei tão cansada que você consegue ver nas fotos o meu humor mudando à medida que o dia vai escurecendo. 

Muitas selfies, claro. Viajar sozinha significa aprender com maestria a arte das selfies.

O dia seguinte teve menos andança. Eu pude acordar a hora que quis, comer no restaurante de minha escolha e ganhar as ruas de Paris mais uma vez. 

No meu segundo (e último) dia em Paris, eu fui à catedral de Notre Dame e tive a oportunidade de passar um tempão admirando todas as pequenas esculturas em sua fachada. 

Não é à toa que ela demorou séculos para ficar pronta – cada pequeno rosto talhado na entrada tem uma expressão magnífica

De lá, direto para o Louvre, onde passei horas andando e absorvendo toda aquela grandiosidade ao meu redor. 

Sempre que combino uma viagem com alguém, tenho que colocar em contrato a quantidade de vezes que vão me deixar ir em um museu… mas sozinha não! E eu não me arrependo de um minuto sequer das seis horas que passei andando pelo Louvre

Viajar com amigos e família tem suas vantagens? Claro que sim! É muito bom ter com quem dividir as coisas – emocional e financeiramente – e compartilhar lembranças, mas eu aconselho todo mundo a não descartar viajar sozinha até você tentar. Você vai se surpreender!

Na parte 2, vou contar outras experiências viajando sozinha. Como a vez que fui para Nova York no Natal e o tiozinho agarrou a minha bunda quando pediu para tirar uma foto comigo! Aguarde no Blog La Viajera!

Quer realizar o sonho de viajar ou fazer um intercâmbio nos Estados Unidos? Conte com a agência La Viajera, entre em contato!