Escolha um motivo pra viajar sozinha e criar asas
Minha “desculpa” inicial pra criar asas foi o estudo. Nem poderia imaginar o quanto isso me abriria as portas para começar a viajar sozinha e aproveitar a vida ao máximo!
Viajera convidada: Dandara Feitosa
Assistente social, rolezeira, fã de Rap, de sangue indígena e coração caiçara!
Se você me perguntasse na minha adolescência o que eu queria fazer quando me tornasse adulta, você ia ouvir a seguinte resposta: quero estudar para ser uma mulher independente que viaja o mundo.
Desde sempre isso esteve na minha cabeça. Então já deu pra perceber que ter filhos e uma família de comercial de margarina nunca fizeram parte dos meus planos.
Eu cheguei a viajar ainda adolescente algumas vezes com a turma de amigos, e depois com o namorado. Primeiro acampando em praias próximas e depois em viagens curtas estilo bate e volta até São Paulo (moro em Santos). Se quiser conhecer a linda e charmosa Santos, fale com a agência La Viajera para um city tour exclusivo, com muito mais atrações aqui!
Tem gente que dá aquela fugidinha pra ir ver a praia. No meu caso, que moro no litoral, minha fugidinha era pra ir até a Capital.
Cada qual com sua loucura, não é mesmo? Mas viajar com turma ou com o namorado tem um problema né? Tem que ter a companhia! E várias vezes, quando a galera não topava viajar por falta de dinheiro ou por organização, eu também não ia!
Um dia, já adulta eu me vi cansada de ter sempre que depender dos outros pra ir nos lugares.
Eu precisava de uma “desculpa” para poder conhecer outros lugares e pessoas, mas eu ainda não tinha a coragem ou pelo menos eu achava que não tinha.
Encontre sua razão pra começar a viajar
Então eu arrumei uma desculpa! Botei minhas coisas na mochila, juntei uns trocados e fui para São Paulo cursar meu mestrado na USP.
Nessa época eu já tinha ido algumas poucas vezes até São Paulo. Ah, essa terrinha sempre me encantou! Como diz Mano Brown, “Hey São Paulo, terra de arranha-céu!”
{Nota da editora Evelyn Cheida: esse é o blog de viagem que mais cita Racionais e CBJR, sem dúvida alguma! kkkkkk}
Também é terra da arte urbana, do graffite, do hot dog prensado, da 25 de março com suas bugigangas, das baladas boas que só acontecem durante a semana e dos shows que só chegavam à capital, além de muitas outra coisas mais que só São Paulo tem.
Esse foi o pontapé inicial de tudo, o que para muitos pode ser pouco, mas pra mim uma pequena mulher de sonhos grandes, este foi um grande e decisivo passo na minha vida.
O primeiro rolê que eu fiz na terra da garoa sozinha foi um show de um grupo de RAP só de mulheres. Logo eu que quase nem gosto de balada, rap e cerveja, fui sozinha, na cara e na coragem.
Não se intimide por estar só - chegue chegando e faça amizades!
Na porta da balada, logo vi duas meninas e já colei me apresentando: “Oi, eu não sou daqui, tô sozinha, será que posso colar com vocês?” É, eu cheguei assim!
Vergonha? Nunca nem vi! E daí juntou mais três, cinco, dez, até que perdi a conta de quantas éramos!
O show foi sensacional, mas mais legal ainda foram as amizades que esse rolê me rendeu! E eu, claro que já fui logo contando que era estudante, que fazia bate e volta e às vezes precisava de um lugar pra ficar.
A partir daí, os bate e volta se tornaram mais longos, ficar em São Paulo se tornou parte da minha rotina, cada vez numa casa diferente.
Só agradeço aos amigos que me abriram as portas de suas casas e me acolheram nessa época. As aulas eram só um detalhe.
Inclusive, uma dessas amigas foi minha querida Viajera, Evelyn Cheida, que me convidou para escrever esse artigo! Na época ela morava em SP, fizemos um rolê incrível: show de Rap com aquele final de noite (e início da manhã) na lanchonete Estadão, com o clássico e delicioso sanduíche de pernil e rolê com os dogs dela no dia seguinte no parque Ibirapuera 🙂
Cada semana que eu tinha de subir a serra para assistir aula, era também a oportunidade para novas aventuras, para conhecer um bairro ou uma região nova da metrópole.
Juntos, mas livres - cada um na sua
Isso sem contar a economia em não gastar com hostel ou pousada. E ficar na casa de algum conhecido quando se viaja é muito legal por diversos motivos: você está de certa forma com uma companhia, que pode dar dicas porque ela é local, você aprende a conviver melhor com outras rotinas e costumes, faz amizades com os amigos dos amigos.
Mas é importante você perceber que cada um tem seu ritmo, seus gostos, e você não precisa necessariamente ficar 24 horas colada na pessoa. Algumas casas onde eu fiquei eu ia só para dormir, em outras eu saia na companhia do dono da casa, tudo vai depender do que for combinado e for acontecendo!
Ah, e claro, ao ficar na casa de um conhecido, você economiza e pode deixar o dinheiro para ser melhor gasto nos rolês e baladas. Eu já falei que gosto de balada? E de rap? #rapnossodecadadia
Aliás, ir para a balada sozinha numa terra que você não conhece é uma das melhores coisas, se você ainda não fez isso, faça!
Boa noite São Paulo! Ah, que cidade incrível!
E como falar de São Paulo, sem falar das festas de rua, dos shows gratuitos, dos museus e das exposições!
Em cada lugar que eu ia era a oportunidade para conhecer gente nova. E lá ia eu novamente com o meu bordão de apresentação: “Oi, eu não sou daqui…”
Sim, eu repeti isso várias vezes, e poucas foram as que ele não funcionou! Fui até a zona oeste, passando pelo centro, zona leste, para o extremo da zona norte e também da zona sul.
Nesse momento eu já andava por toda São Paulo. E surgiu a oportunidade através do mestrado, de fazer minha primeira viagem de avião, para apresentar minha pesquisa num congresso em Natal, no Rio Grande do Norte.
Abriu a porteira - dos bate e volta à minha primeira viagem de avião
E lá fui eu repetir o meu bordão de apresentação em terras nordestinas. Essa foi também a primeira vez que eu fiquei num hostel e me vi sozinha tão longe de casa!
Como eu estava indo para um congresso, aproveitei e peguei uns dias a mais para poder passear com calma, conhecer o lugar e as pessoas.
E a melhor parte da viagem foi nesse momento, onde eu me vi só, com mil possibilidades, que dependiam somente da minha vontade.
Andei pela rua, fui no forró, fiz excursão, mergulhei e conheci um monte de gente! E viajar sozinha tem dessas coisas né, a gente acaba tendo que socializar com os outros, nem que seja pra descobrir como ir no mercado, onde é a praia, e por aí vai.
E daí em diante, viajar se tornou algo tão possível que era impossível não fazer mais isso!
Confesso que já ouvi vários questionamentos que ouço até os dias de hoje. Por que estudar tão longe? Ou qual a graça de ir pra balada sozinha? Você não tem medo de ser assaltada?
Aos questionadores, revelo um segredo: Viver é Perigoso!
Gente, vou contar um segredo, viver é perigoso. Não importa onde você viva. E no final das contas, a única companhia que você terá para o resto da vida é você mesma!
Claro, temos que ter muito cuidado! Mas o medo não pode ser um impeditivo! E a coisa boa de estar só, é que você pode seguir seu coração, seu feeling, sua intuição, chame como quiser.
Se você não se sentiu confortável ou sentiu uma sensação ruim em determinado lugar, é só ir embora, sem ter de dar satisfação a ninguém.
Acho que na verdade, as pessoas não entendem como uma mulher pode ter a ousadia que elas queriam ter mas lhes falta coragem!
Às vezes a gente só precisa de um empurrãozinho pra tomar coragem e botar o pé na estrada.
Então não perca tempo, seja lá qual for a sua desculpa, estudo, novos ares, uma nova língua, um sentido na vida, use e abuse. Crie asas e voe! A vida é uma só!
Se você prefere viajar com todo o suporte de uma agência de viagens, fale com a Evelyn na @agencialaviajera! Todo conhecimento e experiência a serviço dos seus sonhos!
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