São inúmeras as pesquisas sobre o aumento de mulheres que viajam sozinhas e o blog La Viajera estudou todos esses dados e trouxe as informações mais importantes para você. As pesquisas globais são bem mais robustas e interessantes, siga na leitura!
O último levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo já está defasado (2017), mas já apontava que o percentual de mulheres que desejam viajar sozinhas (17,8%) é maior que o de homens com a mesma vontade (11,8%).
O MaxMilhas, que vende passagens aéreas por meio de milhas de programas de fidelidade, constatou que o número de mulheres que compraram voos individuais para o Carnaval em 2020 cresceu 8% em relação a 2019.
A Assist Seguro Viagem também observou que a maioria dos clientes que investiram na contratação de seus seguros de viagem em 2020 foram mulheres.
A gigante e-commerce de viagens Booking.com fez uma pesquisa em 2019 com clientes do Brasil, México, Colômbia e Argentina – homens e mulheres que já realizaram pelo menos duas viagens internacionais: 62% das mulheres afirmaram que já fizeram pelo menos uma viagem em sua própria companhia para outro país.
Um dado interessante dessa pesquisa é a percepção predominantemente positiva acerca da mulher que viaja por conta própria. Para os latino-americanos, elas são independentes (65%), aventureiras (54%), seguras de si (51%) e corajosas (40%) – em meio aos viajantes brasileiros, os números sobem para 71%, 52%, 53% e 49%, respectivamente.
Os números parecem bons, não? Mas decepcionam quando olhamos a grande figura.
Mulheres Latinas ainda têm medo de viajar sozinhas
Apesar da percepção positiva desta amostra, a mesma pesquisa da Booking mostra um dos motivos porque ainda estamos muito longe das europeias, campeãs em viagens solo.
O medo e a insegurança impedem 17% das mulheres latino-americanas de viajarem sozinhas. Segundo essa parte do levantamento divulgado pelo G1, 16% das mulheres nunca nem sequer pensaram na possibilidade, enquanto 55% justificam que preferiam a companhia de outra pessoa para viajar.
A pesquisa mostra ainda que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia. Não há dúvidas de que a violência deve ser um dos motivos compreensíveis para a apreensão dessas mulheres, porém há algo que não devemos ignorar nesse contexto.
A cultura latina ainda é uma das mais machistas e patriarcais do mundo. Implantada pelas religiões e diversos outros fatores, a ideia de que o “macho” pode tudo, claro, incluindo viajar sozinho e o que mais ele quiser, e a ideia de que a mulher seja sempre a bela, recatada e do lar, permanecem enraizadas.
Estão profundamente marcadas no inconsciente coletivo de nossa latinidade, pouco importa se no Brasil, Colômbia, Nicarágua, México, El Salvador ou Argentina, etc. Muda a cor da bandeira e o carimbo do passaporte, mas essa ainda é a cultura latina, que nos impede de voar mais alto.