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Dicas para Morar Fora do Brasil – Califórnia – por Evelyn Cheida

MORAR FORA DO BRASIL - MINHA PRIMEIRA REAL AVENTURA

Dicas para morar fora - aprendizados da minha doce e desafiadora história na Califórnia

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Evelyn Cheida

Jornalista fundadora do blog que mais empodera a mulher para viajar

Meu primeiro contato com Tubarões: uma das muitas novas experiências inesquecíveis que tive ao me jogar ao desconhecido e ir mora fora na Califórnia (EUA)

Hoje trago dicas para quem quer morar fora do Brasil. Se você também quer realizar esse sonho, fale comigo na @agencialaviajera, eu monto intercâmbio com meus professores nativos a partir de 2 semanas de estudo pelo menor custo! 

Sabia que a minha primeira viagem sozinha, a primeira grande aventura da minha vida já foi logo morar fora? 
Pode parecer loucura para alguns ou um grande ato de coragem para a maioria. Mas a real é que para mim, a opinião alheia nunca teve muita importância. Foi a realização do meu maior sonho.

Calma, eu não te enganei quando contei da minha primeira viagem sozinha no Brasil. Mas é que eu fui com uma galera, e de lá resolvi seguir sozinha, mas por algum motivo essa história não me marcou. Meu grito de independência mesmo foi quando eu me joguei pro exterior.

Eu nunca quis morar no Brasil. Se no momento estou aqui, são por razões familiares. Na verdade, esse é o único motivo que ainda me segura. Minha gana de morar fora começou muito cedo, quando comecei a estudar inglês, ainda criança.

Minha professora tinha feito intercâmbio, e eu de cara me fascinei por aquilo. Ali determinei que queria isso pra mim. Queria viajar, falar línguas, morar fora, ganhar o mundo.

Aos 10 anos me tornei fluente em inglês e tracei meu destino. Seria uma mulher cosmopolita, do mundo. Meu pai não permitiu o intercâmbio – só eu pra sonhar que um pai que não permitia nem que eu dormisse na casa de uma amiga, me deixaria morar em outro país!

Mas eu tinha esse plano claro na cabeça. Cresci. Me formei em Jornalismo. Alguns anos se passaram.

Terminei um relacionamento tóxico (sempre essas histórias né? Já aconteceu na minha vida, na vida das colunistas do blog e claro, na sua também!) e decidi que era a hora. Mas outro boy lixo apareceu e me enredei em outro relacionamento complicado, de idas e vindas.

Até que em uma dessas idas… vendi minha moto, comprei a passagem, me matriculei em uma escola para conseguir o visto de estudante, tudo em um dos destinos dos meus sonhos – sim, um deles, porque sempre quis rodar o mundo e tinha e ainda tenho uma lista de lugares onde moraria.

O escolhido da vez foi a belíssima e encantadora cidade litorânea de San Diego, no sul da Califórnia.

Foi difícil convencer meu pai. Não faltou chantagem emocional da parte dele. Minha mãe sempre me deu força em relação a isso. Mas deixar o ninho é sempre muito difícil e doloroso, por mais que a gente queira muito. Fui embora com um mistura de coração partido e cheio de esperança ao mesmo tempo.

Ninguém disse que realizar um sonho são só flores. A pássara que queria voar é de cultura latina, por isso com forte vínculo emocional com seus pais. E a culpa por deixá-los a acompanhou em toda jornada.

Para morar fora, levei na mala muita coragem

Morar na Califórnia foi realizar meu maior sonho. Algumas mulheres sonham com filhos, eu sempre sonhei em viajar o mundo e morar forar - Missão cumprida e eternamente ongoing!

O que eu tinha a meu favor:

  • Muita coragem

     

  • Muita esperança

     

  • Muita alegria e vontade de viver essa experiência

     

  • Inglês fluente

     

  • Pré-adaptação à cultura americana em anos de estudo e preparação

     

  • Um visto de estudante para 5 anos (mesmo tendo pedido só 6 meses. Se quiser saber o melhor jeito de conseguir o visto americano assim, comente aqui embaixo)

     

  • Uma amiga que já tinha morado lá antes conseguiu um lugar para eu ficar apenas no primeiro mês

E os contras:

  • O visto de estudante nos EUA não dá direito a trabalhar, o que significa que teria que trabalhar ilegalmente

  • Eu não conhecia ninguém lá – ao contrário de todos os brasileiros que vão porque tem algum parente ou amigo (pelo menos todos os que conheci!) – ou seja, me joguei sozinha real, oficial!

  • A separação dos meus pais, a quem eu sempre fui muito apegada (doeu muito e pesou durante todo meu tempo lá, o que acabou me fazendo voltar eventualmente)

  • Meu pai era totalmente contra a minha ida e por isso eu prometi a ele – e principalmente a mim mesma – que jamais pediria um centavo enquanto estivesse lá (pode acreditar que cumpri a promessa)

  • Ser imigrante não é fácil. Ser estrangeiro não é fácil. Você está fora do seu lugar, do seu sistema. Sem plano de saúde, sem seus amigos de infância, sem sua família, em outra política, outra cultura, outra culinária com outros temperos. Sua cabeça sente, seu corpo sente. Por mais que você queira, existem dificuldades na caminhada. Mas em 3 meses eu já estava 100% adaptada, livre do ex e muito feliz!

Uma experiência única e indispensável

Não tem como contar tudo que vivi, mas foi uma experiência maravilhosa. Eu simplesmente tinha que viver. Seria uma mulher frustrada se não tivesse vivido meu sonho.

Algumas mulheres sonham com filhos e casamento. Eu sempre sonhei morar fora e viajar o mundo. Missão cumprida! Quer dizer, essa missão não acaba nunca. Que delícia viver sonhando e realizando o que queremos!

Tenho mil histórias para contar do tempo que morei fora do Brasil. Mas se o que querem saber é se valeu a pena, sim, valeu demais!! 

Depois dessa experiência transformadora é que me tornei uma viajante de verdade. Cresci. Me tornei adulta, mulher

Quando estamos em outro país, sem nossa rede de apoio, É ONDE NENÉM CHORA E MAMÃE NÃO VÊ! “A bala não é de festim, aqui não tem dublê!” (Racionais). Não existe opção, ou você cresce ou cresce!!!

Depois disso, passei a viajar todo ano para fora do Brasil. Minha mãe se tornou uma grande parceira de viagens, fizemos várias trips lindas juntas. Nossa relação melhorou muito.

Meu pai faleceu 6 meses depois que voltei. Imagine a culpa, imagina a dor. É na terapia que a gente aprende que não existe culpa, que devemos seguir nosso caminho, que tudo é como deve ser, mas que dói, dói…

Fiz viagem longa com namorado (vai ter dedo ruim assim na p….) e com amigas e pra dizer a verdade, foram péssimas experiências

Cito a primeira colaboradora do blog, Luciana Cardoso: “coragem é preciso ter para viajar em grupo! Viajar sozinha é uma benção!” 

E então, assim como ela, descobri a maravilha que é viajar sozinha. Foram as melhores viagens que fiz na vida. Quando vamos abertas ao novo, e por isso, nos permitimos conhecer as pessoas mais incríveis. Não quero outra vida.

Não tem preço - o que ganhei de mais precioso

Experiências e aprendizados inesquecíveis. Amigos que ficaram em minha vida para sempre. Na foto, bem juntinho, meus queridos Ina Moreira e Serhat Sergin em uma deliciosa day party at the park
  • Aprendi a falar uma terceira língua – na Califórnia existe uma comunidade mexicana gigante. Eu que não sou boba nem nada, aproveitei essa convivência para aprender o Espanhol!
  • Aproveitei ao máximo com a grana curta que tinha. Muitos rolês, baladas e as viagens que deu pra fazer. Algumas: Nova York, Big Bear (neve), Palm Springs (deserto), MéxicoLas VegasSan FranciscoLos Angeles, Santa Bárbara e quase todas as cidades da costa da Califórnia, além de toda a icônica estrada 101, incluindo a belíssima Big Sur (paraíso!)
  • Amigos para toda vida. Quando moramos fora sentimos uma necessidade de formar uma família, laços fortes. Passar juntos os natais, páscoa, Thanksgiving. Tenho amigos que moram pra sempre em meu coração, mantemos contato e já nos vimos novamente quando voltei na minha Sweet Cali!!
  • Conheci gente de todo o mundo (foi a primeira vez, isso acontece em quase todas as viagens internacionais). Lá tem comunidade de tudo que é lugar do planeta!
  • O aprendizado é absurdo, tão grande que não cabe em texto ou em livro nenhum. A diversidade de culturas, de experiências, de pessoas que conhecemos no caminho. Sair da nossa zona de conforto é o maior presente que podemos nos dar na vida!
  • Estudar em uma College americana. Ter a oportunidade de viver a experiência única de escolher cursar aulas totalmente diferentes (Yoga, Violão, Oceanografia, História, Literatura, etc). Algo completamente oposto do que vivemos na universidade no Brasil!

Desafios e perrengues

  • Roomates

Não fui acostumada a dividir quarto, então ter roomate (colega de quarto) não foi fácil, tanto que só tive por 2 meses. Definitivamente não é para mim. Mas lá é quase impossível conseguir morar sozinha nos primeiros anos devido ao alto custo, então dividir pelo menos a casa é inevitável.

Mas tive muita sorte. Morei em edícula. Também morei em uma casa onde a dona vivia em outro estado e nunca aparecia, e o outro roomate era da Marinha, enfim. O universo pode conspirar a favor dos nossos desejos, rs!

E também dividi a casa com um querido da minha cidade, mas que só conheci lá! E virou um desses meus grandes amigos for life! O mundo é um ovo!

  • Saúde

A saúde é uma grande questão nos Estados Unidos. Eu rezei durante os dois anos em que estive lá para nunca precisar de um hospital e graças a Deus fui ouvida! Conheço gente que pagou US$ 25 mil em uma simples cirurgia de apendicite! Algo que qualquer brasileiro faz pelo SUS – mas reclama dele. Minha amiga pagou US$ 700 por um raio-x na Flórida recentemente!

A única vez que fiquei muito mal, foi em meu segundo mês em San Diego. Creio que peguei a “flu”, que é tipo uma virose braba! Fiquei 5 dias com muita febre, vômito e diarreia, foi horrível. Me indicaram uma “Free Clinic” que cobrava US$ 50 pela consulta. 

Joguei meus preciosos dólares fora. Disseram que não me receitariam nada até que saísse o resultado do exame que demorava mais 5 dias! Adivinha? Até sair eu já estava curada e nem fui buscar o resultado! É claro que foi absoluta loucura morar fora sem ter feito um seguro viagem!  

Se você ainda não viu o perrengue que passei na Colômbia porque viajei sem seguro viagem, veja aqui

  • Ser obrigada a estudar (e gastar) para manter o visto

No meu caso, para manter o visto de estudante, era obrigada a ter no mínimo 75% de frequência escolar. Para quem vai aprender o idioma do país que vai morar, permanecer anos estudando é uma ótima pedida. Mas eu já era fluente desde os meus 10 anos de idade e ter que frequentar a escola atrapalhava demais a minha vida.

Tinha que frequentar e pagar a mensalidade, o que pesava no orçamento e na minha agenda. Afinal, precisava trabalhar duro e fazer dinheiro!

Como eu já não queria mais estudar o Inglês (8 anos no Brasil, mais um ano lá já foram suficientes), resolvi ir para a faculdade. Frequentei por um ano e foi uma experiência incrível. Porém o custo de uma faculdade – mesmo sendo a tal community college – para estrangeiro é 5x o valor que custa para um americano.

Essa, sem dúvida, foi uma das coisas que mais pesaram em minha decisão de ir embora.

  • Trabalhar em subempregos

Eu já era uma jornalista formada. Mas lá eu era uma estudante internacional, sem permissão de trabalho. Todo estrangeiro que se vira nessas condições (tirando muitos asiáticos, que esbanjam dinheiro no shopping rsrs) precisa trabalhar fora de sua profissão para sobreviver. 

Comigo não foi diferente. Trabalhei como busser, hostess (descobri que existia dor até no quadril nos turnos de inverno, ao ficar horas posando de modelete na porta dos restaurantes), garçonete, delivery, e fiz muitos eventos. Os jobs mais próximos da minha área de formação foram de marketing e promoção.

  • Relacionamentos amorosos

Prepare-se para um verdadeiro choque cultural ao se relacionar amorosamente fora do país. Absolutamente tudo é diferente do que estamos acostumadas. 

A paquera, a abordagem, o encontro, o tempo que leva para o primeiro beijo, a forma de expressar sentimento, o respeito, a maravilhosa falta de ciúme (eles têm, mas respeitam você como mulher e o manifestam de forma muito diferente). 

Beijar na rua não rola, você pode ouvir um alto “Get a room!” das pessoas ao redor. Andar de mãos dadas também não é muito comum. Mas eu andava com my boo, sim! Claro que tudo vai depender muito de cada pessoa, lugar, criação, cultura…

Mas isso não quer dizer que os “gringos” não sejam calorosos, românticos e amorosos!! Apenas são bem diferentes do que estamos acostumadas! 

Uma coisa posso garantir: eles estão anos luz à frente de nossos queridos latinos em relação ao sexismo (não são machistas!). Fato!

Só esse tópico já daria um artigo, rs. Quando estamos lá fora, a carência aflora (até rimou)! E não é nada incomum sentirmos vontade de ficar com alguém de nossa própria cultura, de nos sentirmos acolhidas, de ter aquela sensação de familiaridade.

Antes de ir, eu achava isso até absurdo, mas muitas brasileiras acabam ficando com brasileiros. Mas vivendo lá pude compreender bem as razões, essas que acabei de te explicar. Acontece nas melhores famílias e eu também não fugi à regra, rsrs. #temperobrasileiro #coisanossa

Cada vez mais brasileiros decidem morar fora - e o perfil do emigrante amadurece

Fui muito feliz no tempo que morei fora. A Califórnia será pra sempre minha segunda casa. Na foto, a maravilhosa Los Angeles, vista do incrível Getty Museum

Desde 2018 vem crescendo, e muito, o êxodo de brasileiros para o exterior. Naquele ano, 22,4 mil pessoas fizeram declaração definitiva de saída do país.

Portugal parece ser a opção número 1 de nossos conterrâneos nos últimos anos. O país já acolhe mais de 150 mil brasileiros em seu território. É muita gente!

De acordo com matéria veiculada na Gazeta do Povo, em 2019, o número de pessoas que optaram por deixar o Brasil e se mudar definitivamente para o exterior foi mais que o dobro (crescimento de 125%) do registrado em 2013

Essa estatística se refere apenas às emigrações com Declaração de Saída Definitiva registrada pela Receita Federal, as únicas das quais há dados concretos.

Além do aumento registrado no período – com pico em 2018 –, o perfil do emigrante brasileiro mudou. Antes, as pessoas que deixavam o país eram em sua maioria solteiros com ensino superior. Agora, são mestres, doutores, casais e famílias completas que formam a maior parte desse êxodo do Brasil.

#exodus. “Movement of Jah people…”

Sonha fazer um intercâmbio nos Estados Unidos também?

Sonha em morar fora do Brasil também? Pra onde quer ir? Conte comigo nessa jornadaTudo vale a pena se for o que você quer de verdade!

Em minha agência de viagens, a La Viajera, eu promovo um intercâmbio na Califórnia na escola dos meus professores nativos e excelentes, ou seja, eu comprovo 100% da qualidade de ensino, sem falar na qualidade daquele lugar maravilhoso!! Venha realizar esse sonho com quem sabe! Fale comigo na @agencialaviajera.
 

Como já disse, tenho mil histórias para contar da minha experiência ao morar fora do Brasil. E ainda terei mais, pois é algo que farei de novo, com certeza! 

E você, já morou fora? Onde?

#morarforadoBrasil #viajarsozinha #morarfora #morarnacalifornia #morarforasozinha #laviajera #dicasparamorarfora #dicasdeviagem #dicasderoteiro #viajandosozinha 

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Dicas para Viajar Sozinha a lugares exóticos – por Cris Courty

Dicas para Viajar Sozinha a lugares exóticos

Você pode sim viajar sozinha para qualquer lugar do mundo! Mas para isso a preparação é fundamental. Saiba como passar bem em locais de grande diferença cultural

Picture of Viajera convidada: Cris Courty

Viajera convidada: Cris Courty

Idealizadora e CEO da agência Evoluir Turismo e Experiências. Publicitária de formação e agente de viagens por vocação, descobriu o mundo de "agente" e do turismo trabalhando em projetos que envolviam a Turquia. Desde 2010 se dedica a organizar viagens, de preferência para destinos exóticos. Forma grupo de mulheres que ainda têm receio de viajar sozinhas

No Irã é fundamental a contratação de um guia local, que vai te ajudar com os costumes e com a língua, já que ninguém fala inglês. A mesquita Atiq é uma das mais antigas do país, na cidade de Isfahan, tombada pela Unesco

O mundo está mudando numa velocidade astronômica. Estamos vivendo um momento de empoderamento feminino, liberdade, igualdade. Assumir as rédeas de nossas vidas. Vamos em frente! Então por que não ir além dos pontos turísticos mais comuns? Vou dar dicas para você viajar sozinha a lugares exóticos também!

Mas ainda há quem diga: viajar sozinha… será?

Será sim! Viajar significa descobrir novas culturas, sair da rotina, experimentar culinárias diferentes, ter o próprio tempo e espaço, estar aberta para novas amizades, conhecer lugares incríveis, ir além, mesmo sem companhia – nossa própria é suficiente – eu garanto.

Mas é seguro? Na minha opinião, se você se preparar bem para uma viagem, seja ela sozinha ou acompanhada, sim, será seguro.

Estar sozinha não é condição de impedimento, porém é sim um requisito que detém uma atenção diferente, principalmente se o destino escolhido for muito exótico, distante ou tiver uma cultura machista, fechada para mulheres ou que não respeita a mulher de acordo com o que estamos acostumadas.

Na minha experiência posso dar alguns exemplos do que você deve estar atenta ao se preparar para alguns destinos.

Quando se escolhe um lugar onde a diferença cultural é muito grande e que existe grande barreira de idioma (onde não se fala inglês ou espanhol) preparação é ainda mais indispensável

Regra principal para viajar sozinha a lugares exóticos: respeitar as culturas e regras locais! Confira dicas para destinos que requerem atenção especial para mulheres:

IRÃ

O lindo Palácio Golestan, em Teheran, no Irã, também é patrimônio tombado. Apesar da cultura machista, o país é um destino incrível que eu recomendo

Muitas pessoas ainda se assombram quando eu digo que visitei o Irã em 2018. Não fui sozinha, organizamos um grupo de 7 pessoas, sendo 5 mulheres e 2 homens.

Nesse país eu senti que a mulher infelizmente está em segundo lugar, não podemos circular em alguns locais. O uso do lenço cobrindo a cabeça é obrigatório (mesmo para turista) e as roupas devem cobrir os braços e os quadris. 

 

O Irã é um país de governo religioso e este é o motivo para a circulação na rua ser “vigiada”. Nossa guia era uma mocinha ainda, absurdamente culta e inteligente, com muitas ideias inovadoras, porém inserida em uma sociedade que a limita e a reprime (ao menos publicamente).

 

Considero um aspecto importante ao ir para esse país, pensar em ter uma companhia. É importante contratar uma guia turística para dar toques quanto a como “se comportar”, onde ir, como ir, etc. 

 

Apesar dessa impressão, eu super recomendo o destino, é maravilhoso, o povo em sua maioria é gentil e amável. Estão aprendendo e aceitando a convivência com turistas. É uma experiência única.

DUBAI / QATAR / ABU DHABI - EMIRADOS ÁRABES

Na linda Doha, capital do Qatar

Se você perguntar vão dizer que é bobagem, que eles são liberais, modernos, que estão abertos para o turismo, que estão avançando na cultura e na liberdade de expressão do seu povo, mas eu acho que ainda falta muito!

Lembre-se essa é minha opinião pessoal, mas você anda pelas ruas e percebe nitidamente que as mulheres, na sua maioria, andam um passo atrás dos homens quando circulam ou entram em lugares como restaurantes juntos.

Beber é mal visto (na religião muçulmana não é permitido), as vestimentas precisam ser mais conservadoras. Nessa região ainda determinam que parques, piscinas, praias, vagões de metrô e muitos outros lugares tenham áreas exclusivas para mulheres.

Seus táxis são rosas (em Dubai), dirigidos apenas por mulheres, o que demonstra que ainda há muita discriminação em relação a nós, imagina quando sozinhas! 

 

Hospedagem é um outro assunto, geralmente não se permite que homem e mulher durmam em um mesmo apartamento juntos, caso não tenham laços familiares.

Veja aqui passeios em Qatar Abu Dhabi.

TURQUIA

Em Capadócia, na Turquia. O país é um dos meus destinos preferidos

Turquia é um país incrível, com um povo maravilhoso, nada de errado viajar sozinha para lá, porém, eu gosto muito de enfatizar para minhas clientes que, sozinha ou em grupo, há alguns fatores que precisam ser cuidados, ainda é muito predominante o machismo

Os homens turcos são muito sedutores e por algum motivo parece que sabem quando somos brasileiras, portanto o que eu sempre digo é, cuide de suas vestimentas, elas vão passar o recado que você quiser sobre quem você é.

Prepare-se para olhares e assédio, principalmente quando você visita os bazares. E há uma região que chama atenção de muita gente, que é o extremo oeste do país, próximo da divisa com Irã, Armênia etc. Por ali a cultura é Curda, muito mais fechada em relação aos costumes religiosos, para essa parte do país eu jamais iria sozinha.

EGITO / MARROCOS

As grandes pirâmides de Gizé, em Cairo no Egito: Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas 2700 a.c.

Egito Marrocos são países de religião muçulmana, bem tradicionais – prepare-se para um choque de cultura, muito assédio e desrespeito à mulher, ainda mais turista! É fundamental que contrate um guia acompanhante local para todo o período de sua viagem.

O que cuidar para evitar aborrecimentos:

  • Estudar e pesquisar o máximo possível sobre o destino que você deseja conhecer. A ajuda de um agente de viagens nessa etapa é fundamental
  • Antes de mais nada, checar sobre a obrigatoriedade de vistos e vacinas

    JAMAIS em hipótese alguma, sair de sua casa sem um seguro viagem (isso vale para o Brasil também). Seguro viagem não é apenas um seguro que cuida da sua saúde, ele ajuda em caso de imprevistos com bagagem, perda de documentos e outros eventos que mesmo quando planejamos muito bem podem ocorrer

  • Se informar sobre locais mais seguros quanto a hospedagem e como se hospedar (lembre-se que comentei sobre homem e mulher e laços familiares)
  • Países com idioma muito diferente do nosso e do inglês requerem atenção especial – no Irã não falam inglês, o que dificulta demais a comunicação! Daí a importância da contratação de um guia local
  • Ter um roteiro bem planejado 
  • Levar pouca bagagem / volumes mais leves, principalmente se você pretende utilizar transporte público, bagagem pode ser um transtorno e tornar você uma presa fácil
  • Incluir alguns passeios em grupo (excursões) te permite fazer novas amizades
  • Deixar no Brasil amigos e/ou familiares avisados de seu destino e o tempo que pretende ficar fora, com as informações gerais de sua viagem, como horário dos voos e companhia aérea, e se for o caso, também o contato do seu agente de viagens

Espero que minhas breves impressões abram um caminho para suas aventuras e realizações. 

Leitora do Blog La Viajera tem descontos e brindes exclusivos na Evoluir Turismo! Ao entrar em contato, use o código #LAVIAJERAEVOLUIR

contato@evoluirturismo.com.br

11 3129-5073 / 11 99953-2541

A agência forma grupos para quem ainda se sente insegura de viajar sozinha!

Em maio vamos para a Turquia, vem com a gente?

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Viajar sem Seguro Viagem: perrengue na certa! – por Evelyn Cheida

Viajar sem Seguro Viagem: Cilada!

Uma história de perrengue, superação e de confirmação do ditado: “o barato sai caro”

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Evelyn Cheida

Jornalista fundadora do blog que mais empodera a mulher para viajar

Graças a Deus caminhei por toda a muralha de Cartagena - CO (11 km) e muito mais antes da sorte virar. Conselho: viaje com seguro!

Você acha seguro viagem uma bobagem? Só mais um gasto desnecessário? Tamo junto! Ops, não mais… por muito tempo pensei assim, e eu que já morei fora e já viajei tanto, sinceramente me achava autossuficiente, viajante experiente, e além de tudo, otimista por natureza!

Achava que nunca aconteceria nada e por um bom tempo foi assim… até que aconteceu!

Planejei minha viagem por meses. O destino já habitava meus sonhos há tempos. Meu orçamento era curto, estava determinada a me divertir muito gastando pouco, o que realmente consegui. Mas o que aprendi é que tem economia que não vale a pena!

Embarquei para a viagem cheia de sonhos na mala! Já sabia algumas ilhas e lugares para conhecer e as baladas que eu queria ir!! 

Tinha feito uma belíssima pesquisa e parecia até que eu já conhecia a maravilhosa e pulsante Cartagena de Índias quando cheguei no Caribe Colombiano.

No meu primeiro dia fui atrás de passeios para as ilhas – as praias bonitas mesmo, no estilo Caribenho, ficam fora de Cartagena – em outro post escrevo tudo com dicas sobre o lugar (se quiser, pode comentar aqui embaixo!). 

Passei o dia inteiro andando muitooo (caminhei pelos 11 km de toda a muralha que envolve a parte histórica desta cidade apaixonante) e muito mais. Quando viajo gosto de explorar ao máximo, no primeiro dia então ninguém me segura, já que chego morrendo de curiosidade, aí que não consigo me conter mesmo!

Logo nesse primeiro dia conheci muita gente legal no hostel. Saí com 3 meninas para jantar, e de lá eu e a outra brasileira fomos para uma balada incrível que rendeu… depois fomos parar em um after.

Cheguei no hostel já de manhã, apenas 2 horas antes do meu passeio de barco! #partyhard #latinostyle 

Já no segundo dia, o arrependimento: Por que não comprei seguro viagem?

Logo depois de pular do barco e me fu... no fundo de corais! Eu senti a dor, mas não queria olhar! Melhor tirar foto antes 😉

Seguro viagem para quê? A vida é curta e meu dinheiro também! Bueno, 2 horas depois de sair do after, lá fui eu, morrendo de sono e de ressaca, no calor desumano de Cartagena, para o passeio de barco (Dios, ayúdame!!).

Sol de rachar. O barco parte,  e aquele mar cor de esmeralda hipnotiza! Eu só queria me jogar nele! Na hora de saltar do barco para o primeiro mergulho, o guia diz: “Cuidado, desça devagar, tem coral embaixo”. 

Acho que entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Talvez tenha sido a ressaca. Ou o fato de que sou remadora, caiçara, acostumada com o mar desde que nasci. O fato é que pulei, sem o devido cuidado que me foi alertado. 

E pela primeira vez em uma viagem me f… de amarelo, vermelho e azul – cores da bandeira Colombiana.

Pois é, La Viajera enfiou o pé em um coral em seu primeiro salto no Caribe. Como diz Mano Brown: “pode rir, ri mas não desacredita não!”.

Enfiei o pé na jaca… e no coral!

Sou guereira e não seria isso que estragaria minha viagem (que mesmo assim foi uma das melhores da minha vida). Shit happens, be prepared! #seguroviagem

Podemos tirar várias lições da minha desgraça. A número 1 eu sei de cor. Eu que estou acostumada a ser a “local” de lugares turísticos (sou da Baixada Santista #013), acabei desrespeitando uma lei que eu sempre respeitei (realmente quanto mais eu penso, mais acho que tudo é culpa da aguardiente colombiana!!): SEMPRE OUÇA OS LOCAIS!

Sou acostumada ao mar desde que nasci, mas na minha quebrada não tem coral! E deixei de ouvir um conselho valioso que poderia ter me poupado muito sofrimento nessa viagem.

Para quem não sabe, coral machuca muuuuito. São lindos, de longe! Já tinha mergulhado diversas vezes e realmente eles me encantavam, mas não queira se machucar neles! E mais um triste fato: levou meses para cicatrizar a ferida!!! #cuidadocomocoral

Logo que olhei meu pé naquele mar incrivelmente azul (ou verde, são mil tons de beleza extrema) vi um rastro de sangue e uma dor terrível! Isso porque abriu só um buraco de uns 3 cm. Acredite, foi o suficiente!

O cara do barco me ajudou com o curativo (eu te avisei né, pendeja??). Quando voltei à cidade, passei na farmácia e me disseram: “em 2 dias passa”. Só que não. Só piorou. A dor era forte, meu pé inchava e quando eu chegava à noite no hostel, depois de andar o dia inteiro (se você achou que isso ia me parar, não me conhece! rsrsrs) eu chorava no banho, porque quando a água chegava no machucado….. eu via Cristo, Moisés e Buda!

Dois dias se passaram e a guerreira aqui aguentando as pontas, andando (e bailando!) com o pé zuado. Repare nas fotos, todas com esparadrapos no piecito, rsrs… até que pedi pelo amor de Deus para um médico australiano, que era o novo hóspede da cama de cima do meu beliche, para olhar meu pé.

Sem seguro viagem em um hospital na Colômbia #deuruim

Pezinho de Cinderela na balada #SQN - faça seguro viagem e escute os locais, sempre!

Minha esperança era que ele me dissesse que ia passar logo (como o farmacêutico) ou me receitasse algo. Mas ele disse: “você vai ter que ir para o hospital, está infeccionando” – aí sim tínhamos um especialista: quem manja mais de coral do que um australiano?? “Precisará tomar antibióticos e eu não posso prescrever!”. OH MY F… GOD!

Aí sim eu chorei! De desespero! Tive mais medo da dor do bolso do que qualquer outra coisa. Quem morou nos Estados Unidos como eu, entende o feeling! Lá, my friend, você não quer nem pisar sem um seguro, pois se pisar em um hospital pode custar seu rim! No joke!

Tive toda a assistência da moça que trabalhava na recepção (já até contei aqui que ela virou minha amiga, a querida Anita!). Entrei no táxi, e lá fui eu, inconformada, desacreditada que isso estava acontecendo justo comigo, numa viagem tão sonhada, e que eu não ia deixar nada estragar – e acredite, não deixei!

Muita gente em meu lugar teria entrado no avião de volta pro Brasil! Muitas mulheres me disseram isso, rsrs. Mas isso nunca nem me passou pela cabeça! E mesmo com esse perrengue essa viagem foi uma das melhores da minha vida!!!

Resumo da ópera, cheguei no hospital debaixo de uma p… chuva, e por não ter o bendito seguro viagem e ser estrangeira, tive que pagar um depósito bem caro para passar pela consulta.

Não tinha esse dinheiro todo comigo, tinha que achar um caixa eletrônico – à noite, na chuva, sozinha, à pé, machucada!!! Que roubada!

¿Tienes seguro viaje, señorita? #fail

Pode rir, você já sabe a resposta. Ou chorar, cadê sua empatia?? rsrs. O fato é que, desesperada, perguntei a um rapaz que estava na recepção onde era o banco mais próximo (e com certeza devia estar com a cara de um cachorro caído do caminhão da mudança!). 

E ele, muy amable – mais uma amizade feita em uma viagem – morreu de pena de ver a brasileira mancando naquela p… chuva e me ofereceu uma carona ao banco mais próximo! Sangue bom!! #IloveColombia. Gracias Señor, Deus sempre nos manda ajuda (apesar dos nossos vacilos, né não?!)

O médico me atendeu, me receitou um antibiótico e eu consegui parte da grana de volta (o sistema colombiano exige um depósito do estrangeiro antes da consulta).

Agora deixa eu te contar uma: o que eu gastei com essa consulta mais que básica,  dava para pagar (e sobrar) a apólice de um seguro viagem, que me daria cobertura para isso e muito mais. Pense, poderia ter sido muito pior! Shit happens!

Seguro viagem é barato e vale cada centavo!

Antigamente os seguros eram mais caros, mas hoje não tem mais desculpa! Existe uma infinidade de empresas que oferecem o serviço a preços muito acessíveis. Lembrando que minha história foi na América Latina, onde não se exige o seguro, mas na Europa, por exemplo, não existe essa opção, sem seguro viagem não entra!

Na minha última viagem internacional, comprei minha apólice em um comparador de seguros, que mostra os melhores preços e coberturas das principais seguradoras, sendo assim a melhor forma de economizar! Entre em contato comigo na @agencialaviajera, que eu vou escolher o melhor seguro para você!

Um seguro por 10 dias de viagem para o Chile me custou apenas R$ 80,96!! Fala sério!! Quanta dor de cabeça poderia ter evitado por 80 reais??? Teria ido ao hospital imediatamente, não teria aquele gasto (ou teria sido reembolsada) e nem precisaria da carona de um estranho!! Já deu, né?

Dicas práticas - como acionar a cobertura de despesas médicas hospitalares?

Em caso de perrengue (ou eventualidade, rs), basta entrar em contato com a seguradora através dos telefones ou canais de atendimento disponibilizados na apólice (existe um número de telefone para cada país).

A ligação pode ser feita à cobrar (Collect Call) de qualquer telefone fixo no exterior. Algumas seguradoras oferecem o atendimento até mesmo por Skype, Whatsapp ou aplicativo próprio.

A seguradora o encaminhará ao hospital e/ ou rede credenciada mais próxima.

Como funciona o pagamento das despesas médicas hospitalares?

Pode ser realizado de duas formas:

  • Pela seguradora: o pagamento das despesas médicas será feito pela seguradora diretamente ao hospital e/ou rede credenciada
  • Por reembolso das despesas: neste caso, você arca com as despesas médicas em um primeiro momento e depois solicita o reembolso à seguradora, mediante toda documentação apresentada e de acordo com as condições da apólice

Atenção: Não esqueça de forma alguma de solicitar ao hospital, no momento da sua saída, o relatório médico da sua internação e/ou atendimento, tanto para o acionamento da cobertura médica quanto para o reembolso.

Esse relatório deve conter o motivo pelo qual você foi atendida e todos os procedimentos que foram realizados, bem como a relação de valores gastos.

Com este cupom, leitora do blog tem desconto: LAVIAJERA5 

E você, já passou por um perrengue em viagem também?

Se quiser saber mais sobre seguro viagem é só comentar aqui embaixo! 

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Uma Viagem na Quarentena – por Fernanda Carvalho

Uma Viagem na Quarentena

Depois de crises de ansiedade, viajei sozinha pela primeira vez neste período atípico. A experiência substituiu o vazio que estava sentindo por leveza e felicidade

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Viajera convidada: Fernanda Carvalho

Engenheira, mãe e amante da natureza.

O melhor de viajar na quarentena sozinha - descobri tudo no meu tempo, do meu jeito. Nessa época atípica, a vantagem é que todos os pontos turísticos estavam desertos

A pandemia chegou e trouxe com ela esse necessário isolamento. Não tive intenção de quebrá-lo, mas tudo surgiu tão repentinamente, que sucumbi à tentação de viajar na quarentena. 

Minhas férias foram confirmadas em cima da hora e comentando com uma amiga de Recife, ela acabou me fazendo um convite. Minha reação imediata foi responder: “tá doida? rs…” 

 

Mas acabei indo para os app ver preço de voos. Em 4 dias estava com as passagens compradas, para dali a menos de 15 dias e com zero planejamento!

 

Cada viagem tem suas particularidades, e eu nunca havia viajado sem um roteiro. Só que dessa vez foi diferente. 

 

Depois de 3 crises de ansiedade por causa de problemas pessoais, juntamente com a reclusão desse período, optei por viajar na quarentena, mesmo sabendo que haveria possíveis julgamentos e que muitos lugares estariam fechados. 

 

Antes de comprar as passagens, fiz uma pesquisa sobre a situação na região. Eles já estavam com as praias liberadas, que era o que mais me importava. 

 

Me hospedei na casa da minha amiga, porém ela seguiu sua rotina normal de trabalho e eu fui conhecer (e me conhecer) sozinha. 

 

Pude ficar com o carro dela, e com o GPS na mão, conheci alguns dos lugares mais famosos de Pernambuco

Mais que conhecer o lugar, pude conhecer a mim mesma

Viajar sozinha era uma pendência na minha lista de coisas a fazer pelo menos uma vez na vida. Entendi o prazer que é - tudo no meu tempo, com atenção exclusiva, curtindo cada pedacinho do lugar, do meu jeito.

Sempre tive a curiosidade de viajar sozinha. Desde minha infância fui muito independente, o que me trouxe algumas habilidades, e experiências de vida. 

Porém, desde cedo em um casamento, terminado há poucos meses, nunca encontrei espaço pra poder realizar esse sonho. Mas sempre repetia que um dia eu iria viajar sozinha, principalmente ao ver experiências de amigos. 

Era algo pendente, dentro da minha listinha de coisas a fazer pelo menos uma vez na vida. 

E entendi o prazer que é… Tudo no meu tempo, com atenção exclusiva, curtindo cada pedacinho do lugar, do meu jeito. 

Pela primeira vez dirigi sozinha por estradas desconhecidas, cantando com o vento batendo no meu rosto, no maior clichê de liberdade. E me senti assim. 

Aproveitei as praias no meu tempo, observei as conchas, a areia e a paisagem. Tirei fotos como eu queria sem me importar com olhares alheios. 

Vi lugares que normalmente estariam lotados, onde dividiria com desconhecidos a paisagem na foto, só pra mim. 

Foi assim com a praia de Porto de Galinhas, que minha mãe não reconheceu nas minhas fotos, devido à ausência de ambulantes e jangadeiros. 

Respeitei as minhas vontades e preferências. Como quando conheci a praia de Muro Alto, linda e super famosa, mas que naquele dia estava própria para surfistas e não pude aproveitar o mar. 

Então curti a geografia e natureza daquele lugar, logo procurei outro espaço pra admirar e aproveitar. 

A natureza é com certeza minha maior prioridade… Mas também sou apaixonada por cultura e gastronomia. 

E foi por Olinda que me apaixonei. As ruas do alto exalam história, e eu não cansava de admirar mesmo que só do lado de fora dos espaços. 

Com muitos museus, espaços e restaurantes fechados, não pude me dedicar à esses pilares, mas como disse Saramago:

Nenhuma viagem é conclusiva. Quando uma viagem termina, outra imediatamente se inicia, já que sempre é preciso ver o que ainda não foi visto ou ver com novos olhos o que já se viu. Sentir o sol onde primeiramente a chuva caiu, ver de dia o que se viu de noite, conversar novas conversas, sentir de novo os velhos aromas, ver a onda que mudou de lugar, a sombra que antes não estava ali. É preciso voltar ao caminho que já se fez, para traçar caminhos novos ao lado dele. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

Me senti leve e livre… A elevação dos níveis de serotonina e endorfina me preencheram, me deixando feliz como há meses não me sentia!

Por ser um período atípico, perdi alguns passeios, mas ganhei tranquilidade e o privilégio de ter tão poucas pessoas em pontos tão comumente movimentados.

Nos últimos meses havia me perdido de mim. Essa viagem foi um ponto de reconexão. Foi o pontapé de uma nova fase de reconstrução.

Com o GPS na mão, saí por aí. Mais do que lugares novos, acabei conhecendo a mim mesma. Pela primeira vez dirigi sozinha por estradas desconhecidas, cantando com o vento batendo no meu rosto, no maior clichê de liberdade. Nunca me senti tão livre
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O desafio de viajar sozinha como mãe solteira – por Elizabeth Faria

O desafio de viajar sozinha como Mãe Solteira

Planejamento, paranoia, medo de falhar - tudo existiu, nada me impediu

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Viajera convidada: Elizabeth Faria

Jornalista, mãe solteira, venceu o medo e os julgamentos para realizar o sonho de viajar com a filha pequena

Realizando o sonho de viajar sozinha com minha filha: uma superação

Era uma vez uma mãe solteira que queria viajar com sua filha pequena nas férias. Ela esperou companhia durante dois anos, mas nunca dava certo! 

“Esse ano eu vou”, ela dizia. Mas toda vez desistia! O medo superava a vontade, e ela não ia! Medo de não dar conta de tudo sozinha. Medo da criança não se adaptar.

Mas principalmente, medo de ficar doente durante a viagem e não ter quem cuidasse de sua menina!

Foram muitas conversas com suas amigas e parentes mais próximos! Algumas noites pesquisando na internet e ligando para hotéis e operadoras de turismo. 

Até que um dia o tão sonhado pacote foi fechado! O destino: FortalezaCeará.

Uns a acharam louca. Outros, corajosa. E alguns não entendiam o quão importante isso era pra ela! Uma espécie de superação, sabe?!

Quem não sonha em fazer aquela linda viagem de férias? Isso, aquela estampada nas propagandas de agência! Papai, mamãe, filhinho na fotografia, felizes dentro da piscina!

Mas pra ela isso não era possível … Era mãe solteira! A realidade dela era outra … E ela teria que se adaptar.

E foi exatamente assim que aconteceu. Ela se adaptou! Se superou! E essa, sem dúvidas,  foi a experiência mais linda de sua vida.

É, realmente ela não conseguiu visitar os lugares mais paradisíacos do local, como fez em suas viagens anteriores.

Também não conseguiu ficar horas estirada em uma cadeira de sol ou numa rede. Isso ela não teve! Canoa Quebrada e Jericoacoara (destinos de difícil acesso) conheceu só por fotos!

Mas o sorriso de sua filha (que se comportou divinamente) e a satisfação de estar ali curtindo juntinhas fez dessa viagem muito mais inesquecível que todas as outras! 

Mulher, mãe e solteira - a gente também sonha e pode realizar

Uns me acharam louca. Outros corajosa. Deixe achar o que quiserem!

“Mas moça, conta como foi a viagem dessa mãe solteira?” Eu não ia contar, além de postar no meu Facebook. 

Mas a convite da minha grande amiga Evelyn Cheida, que criou esse blog incrível para empoderar mulheres, achei fundamental compartilhar minha experiência para empoderar outras mães solteiras como eu.

Sim, também podemos. Também temos sonhos. Também queremos viajar. E eu queria viajar com ela, que só tinha 3 aninhos na época, e ainda mamava. Quem disse que não posso?

Muita gente pode dizer… e daí? Até quando vão ditar o que podemos ou devemos fazer?

Sempre trabalhei muito e me sentia culpada pelo pouco tempo que tinha disponível para passar com a minha filha. Por isso demorei tanto tempo para parar de amamentar.

E uma das últimas lembranças dela mamando foi na volta dessa viagem, no avião. Realmente, essa viagem foi muito marcante.

Muito planejamento - desafio de uma mãe solteira

Alice feliz da vida posando em Fortaleza-CE - meu maior presente

O que para outras poderia ser uma viagem normal, comum, para mim não seria. Sou virginiana, para começar. 

Trabalhava muito, já tinha minhas culpas pelo pouco tempo que passava com a Alice. Ela mamava.

Eu tinha muitos medos na cabeça. E se ela não se adaptasse? E se ela sentisse falta de casa

E se eu não desse conta? A frustração seria terrível… para evitar tudo isso, fiz o que podia fazer de melhor: planejei!

Comprei a viagem por uma agência, escolhi um hotel com toda a estrutura, perturbei a agente de viagem com milhares de perguntas.

Liguei no hotel, perguntei se havia mercado próximo, se teria fogão para cozinhar para ela. Se teria um bom hospital perto.

Minha paranoia era tanta, que por medo da Alice ficar doente antes da viagem e estragar os planos, preferi que ela ficasse sem ir à escola por uma semana antes do nosso embarque!

O sonho era grande e eu não estava disposta a arriscar!

Me chame de louca, mas acho que valeu a pena! Tudo correu bem, a Alice se comportou perfeitamente bem, nos divertimos muito e eu voltei com uma sensação maravilhosa.

A de que sim, eu posso fazer as coisas sozinha. Sim, eu posso levar a minha filha para viajar sozinha. Eu sou mulher, eu dou conta!

Truques de mãe - Cantando para encantar a viagem

3 anos depois ela ainda lembra das músicas que cantávamos para tudo e do Cascão imaginário que estava sempre com a gente

Para garantir o bom humor da minha filha, criei uma tática. Eu sabia que viagem envolve muita espera, o que requisitaria muito a paciência dela.

Por isso resolvi passar por todas as etapas da viagem cantando. Para tudo tínhamos uma música:

  • Longa caminhada no aeroporto
  • Embarcar no avião
  • Caminhar até o restaurante
  • Hora do almoço
  • Hora do jantar

  • Tomar banho antes de dormir, super cansada depois de tantas atividades

    Outro forte aliado foi a companhia constante do nosso amigo imaginário Cascão – o personagem favorito dela, boneco que não deixei levar com medo de estragar ou perder – que participava de todas as atividades com a gente.

    Já se passaram 3 anos desde essa viagem, e hoje, conversando com a Evelyn para escrever esse artigo, perguntei para a Alice e ela lembra de tudo isso. Do Cascão, das músicas que nós cantávamos.

    São memórias lindas que guardaremos para sempre. Mais uma vez reforço a importância de lembrar as mulheres que são mães, principalmente as que fogem da imagem perfeita da família de propaganda de margarina, que podemos e devemos lutar pelos nossos sonhos.

    Que a maternidade não deve nos fazer abrir mão do que nos faz feliz. Eu sempre amei viajar, e agora, com a Alice na minha vida, é algo que se tornou desafiador. Mas continua sendo maravilhoso! E não vai me parar. E não deve parar você, mãe!

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Minha Viagem, Minhas Regras – Longe da solidão – por Evelyn Cheida

Viajar sozinha não significa ficar sozinha!

Você deixa de viajar sozinha com medo da solidão? Pois saiba que só fica sozinha na viagem quem quer

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Evelyn Cheida

La Viajera, jornalista fundadora do blog que mais empodera mulheres para viajarem sozinhas.
Lugar de mulher é onde ela quiser!

Amizade à primeira vista: conheci meu querido Márcio Falcão em Barcelona e nosso elo segue forte há 8 anos

Viajar sozinha não significa ficar sozinha! E esse costuma ser o primeiro questionamento das pessoas quando digo que estou indo: “mas não é chato fazer tudo sozinha?”, “ah, não gosto de fazer nada sozinha, me sentiria perdida sem uma companhia…”.

Bom, temos várias questões aí, e a principal é você aprender a amar a si mesma e a estar em sua própria companhia. Esse é o verdadeiro empoderamento feminino. Tudo parte desse lugar. Estar sozinha não é sinônimo de solidão!

Mas isso não significa que quando viaje sozinha, permaneça assim! Pode ter certeza que isso só acontecerá se esse for o SEU desejo!

Admito que, a meu favor, sou uma pessoa extrovertida, comunicativa e “faço amizade até com árvore” rsrs.

Eu fiz tantas amizades em todas as minhas viagens que não conseguiria enumerar. E o mais legal, é que muitas delas permanecem, ao contrário do que se poderia imaginar.

Fiz amigos na maioria dos lugares por onde passei. O que me inspirou a escrever esse artigo foi que, ao rever fotos de viagens que “fiz sozinha”, em muitas delas eu estou acompanhada, às vezes de um monte de gente! (Você não imagina o desafio que foi escolher só 4 fotos para esse artigo!)

E o melhor, com o sorriso mais genuíno na cara! Porque quando viajo sozinha, tudo que faço é ESCOLHA MINHA! 

Então se estou de rolê com alguém ou uma galera, é única e exclusivamente porque me caíram muito bem, e eu tive vontade!!! Não preciso fingir nada, nem pagar simpatia para ninguém! Estou viajando sozinha, sou livre, faço o que bem quiser!

O Marcinho (foto acima) é um ótimo exemplo de uma amizade que permanece! Somos amigos há mais de 10 anos e nos conhecemos em Barcelona!

Como se chama o novo álbum do Bad Bunny e muita gente achou estranho, “YHLQMDLG”. Para quem não sabe, a sigla significa: “Yo Hago Lo Que Me Da La Gana!”. Adoro! Super me identifiquei rsrs

Não preciso fazer sala, aturar, fazer nada que eu não esteja afim por obrigação, não tenho compromisso de agradar a ninguém!!! Tem coisa melhor do que a liberdade??? Na moral, se existe, Deus guardou só pra ele!

Minha Viagem, Minhas Regras!

Anita Karo trabalhava no hostel que fiquei em Cartagena. Machuquei o pé e ela cuidou tão bem de mim! Ficamos super amigas. Rodamos a cidade toda de bike!

Já que a liberdade é a rainha em questão, o que acontece são as melhores interações. De pessoas que só ficam juntas se REALMENTE quiserem passar tempo juntas e fazer coisas juntas!!

E sem compromisso de nada, são todos livres! Foi a um lugar com um novo amigo(a) e não curtiu? Guess what? Chama um uber, vai pra outro lugar, volta pro hotel, faz o que quiser!!!

Você é a dona do jogo. E como disse, você fica sozinha se quiser. Cada um tem uma razão para viajar e um momento da vida em que isso acontece.

Então pode ser que você queira ir para ficar sozinha, sim! Maravilha! Meditar, refletir, ler um bom livro, passar esse tempo só com você – perfeito. Um tempo para o autoconhecimento, algo necessário na vida, principalmente se isso ainda é novo para você.

Ou pode ser que você seja uma pessoa extrovertida, assim como eu. Eu amo conhecer a cultura local, e para isso não há jeito melhor do que conversar com os locais. Quero que me contem sobre o lugar, sobre sua cultura.

Que me ajudem com a língua ou expressões do país/região, me indiquem os melhores rolês, baladas, restaurantes, lugares para as melhores compras, etc. Coisas que só um local pode fazer por você, longe dos roteiros turísticos tradicionais!

Mas você pode seguir os guias ou consultar tudo pela internet. De novo – you’re the boss! 

Mesmo se esse não for seu objetivo, permita-se abrir para o novo

2 brasileiras, 1 suiça e 1 italiana. O melhor foi conhecer alguém de Rondônia na Colômbia e encontrar ela 2 vezes depois na gigante São Paulo, sem combinar! Qual a chance, né Janine Martinez? Só temos boas histórias de muita festa pra contar!

 Já sei que muita gente está pensando: “Mas Evelyn, não sou como você! Sou fechada, tímida, não tenho coragem ou não me sinto confortável falando com estranhos”. Se esse for o caso, te digo duas coisas.

Primeiro, quando a gente viaja sozinha, por mais que seja difícil para você acreditar agora, as coisas fluem naturalmente de forma diferente. Quando viajamos em casal ou em grupo, ficamos fechadas em uma bolha.

Isso é normal, dificilmente vai ser diferente. Você está com aquela pessoa(s), fez planos com ela(s) e suas energias estão direcionadas para esse amor, amigos, família, etc.

E quando você vai com seu par, ainda tem um agravante: a possibilidade dele ser ciumento existe (ah, homens latinos!) e isso te “poda”. Mal se pode olhar para o lado, que dirá conversar com as pessoas! Eu já passei muito por isso, tenho muita propriedade para falar!

Mas quando você vai sozinha a dinâmica é diferente. Mesmo que seja tímida, naturalmente você estará mais inclinada a ver as outras pessoas. Falar com elas. Se abrir. Fazer amizades. Sua visão se torna muito mais ampla. Infinitamente mais ampla…

Segundo, mesmo que você esteja determinada a permanecer fechada consigo mesma em sua viagem, eu te peço: se dê uma oportunidade. Dê uma oportunidade ao mundo de te surpreender.

Olhe nos olhos, sorria, esteja aberta a se comunicar, a conhecer, ouvir o outro. Saber da sua cultura, seus hábitos, sua visão de vida. Isso pode mudar sua vida de tantas maneiras que nem posso te descrever.

Conheci as duas pessoas das fotos acima na minha amada Cartagena!

Mulher solteira viajando sozinha: nada mal!

Viajar sozinha não é sinônimo de ficar sozinha: permita-se surpreender!

Sim, vamos falar disso também! Já vimos que viajar sozinha não significa ficar sozinha. E se você é solteira e quiser viajar sozinha… minha querida, muita coisa boa pode te acontecer, se você estiver aberta a possibilidades

Às vezes nem estamos, mas a vida nos surpreende! Esse lance de se sentir livre e dar chance ao mundo e à vida e aprender a simplesmente deixar rolar é bom demais!

Belas aventuras e/ou lindos encontros acontecem onde e quando menos se espera… tudo é possível.

São lembranças que você vai guardar para sempre, e acredite, muitas conexões são fortes o suficientes para permanecerem na sua vida. De uma forma ou de outra.

Mas é claro que você não vai viajar “à caça”. Essas coisas só tem graça quando não são planejadas!

E lembre-se, o verdadeiro empoderamento é se amar e estar bem consigo mesma sempre, aonde for!! Mas isso não significa que temos que nos privar do melhor da vida! Pelo contrário – abraçar a liberdade e estar no comando total dela.

Tenho muitas amigas que também viajam sozinhas – aliás, agora por causa do blog, me dei conta de quantas amigas empoderadas e maravilhosas que eu tenho, e tenho orgulho de tê-las como colaboradoras do Blog La Viajera (muitas ainda vão escrever aqui).

Além delas, conheço muitas outras mulheres de várias nacionalidades em minhas viagens.

Então, confia em mim quando te digo: se joga! A vida pode ser maravilhosa quando estamos dispostas!

Se você quer viajar em segurança, sem se preocupar com nada, procure a minha agência @agencialaviajera, deixa que cuidamos de tudo pra você!

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Viajando Sozinha pelo mundo – por Nelma Pascoal Lima

Viajando Sozinha - Sim, você pode!

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Viajera convidada: Nelma Pascoal Lima

Brasileira em Londres há quase 2 décadas, ama viajar sozinha!

Em Mount Rinjani - um vulcão na Indonésia

Sou uma viajante perspicaz – conhecer novos lugares é algo que sempre gostei. No entanto, passei a maior parte da minha vida não indo a lugar algum apenas porque não queria ir sozinha

Eu tive um feriado estranho aqui e ali, seja com alguém com quem estive romanticamente envolvida ou com amigos. 

 

O pensamento de voar solo para uma parte inexplorada do mundo era muito assustador, para não dizer não muito divertido.

 

“Quando você sai da sua zona de conforto, o que antes era desconhecido e assustador se torna seu novo normal.” – Robin S. Sharma, autor e palestrante inspirador.

 

Só de me mudar do Brasil para o Reino Unido – há 18 anos –  poderia me colocar na categoria de mulheres viajantes corajosas, só que não me sentia assim

 

Eu poderia passar férias sozinha? Bem, eu tive que começar a experimentar pequenas coisas sozinha primeiro, como ir ao cinema ou a um museu – resolvi isso rapidamente, foi fácil e legal. 

 

No entanto, ir a um restaurante ou pub provou ser uma tarefa um pouco mais difícil. A primeira vez que pedi uma mesa para uma em um restaurante, eu estava em Harringay, norte de Londres. 

 

O garçom agiu surpreso. De fato, ele me perguntou duas vezes se eu estava esperando alguém. Nas duas vezes eu respondi que não – sou apenas eu. 

 

Em uma cidade tão cosmopolita como Londres, tenho certeza de que ele deve ter servido outras mulheres comendo por conta própria, ou talvez não?

 

De qualquer forma, a ideia era aproveitar minha própria companhia, o som das vozes na minha cabeça (eu posso ter tido várias conversas em voz alta em público!), ou apenas o silêncio completo. 

 

Obviamente, essas eram iniciativas que não exigiam que eu passasse muito tempo sozinha – algumas horas ou uma tarde inteira no máximo. Mas, ei, foi pelo menos um passo em direção a algo.

 

Quando você está tentando planejar um tempo com alguém, você deve considerar que nem todos podem querer fazer as mesmas coisas que você

 

Ou pior, a ideia de férias pode ser totalmente oposta à sua. Um quer relaxar na piscina e ler livros, o outro quer beber e curtir a balada. 

Sempre é aconselhável verificar com o(s) outro(s) antes de se comprometer com qualquer coisa e evitar decepções. 

 

Mas se eu estivesse fugindo sozinha, eu só teria que agradar a mim mesma – e a ideia parecia ótima! Então fui lá!

 

“O homem que vai sozinho pode começar hoje, mas quem viaja acompanhado precisa esperar até que o outro esteja pronto”. – Henry David Thoreau, autor e poeta.

 

Depois de muitas experiências, aprendi que viajar sozinha não é chato, mas uma aventura, uma oportunidade de focar em mim mesma e somente em mim! 

 

Eu tenho muitas boas lembranças. A beleza disso nem sempre pode estar no destino, mas nos encontros que você pode ter com os habitantes locais ou outros turistas. Amizades também podem florescer no exterior.

 

Então, meu conselho é – apenas faça! Porque se você for esperar as pessoas irem a lugares, pode acabar não indo a lugar algum. Seja corajosa, você pode fazer isso. Eu prometo que você não vai se arrepender.

“Viajar é fazer uma jornada dentro de si”. – Danny Kaye, ator

Notas e Dicas

Em Pafos - Chipre
  • É sempre uma boa ideia pesquisar o país e a região que você visitará antes – esteja ciente das roupas e da herança cultural deles
  • O inglês é um idioma amplamente falado, no entanto, é uma boa ideia aprender algumas palavras nos idiomas locais, como agradecer e cumprimentar, ou no meu caso, “onde é um bom lugar para comer?” – sou louca por comida!Os habitantes locais sempre apreciarão seu esforço e você receberá muitos sorrisos em troca
  • Segurança, segurança e segurança – não importa quanto tempo você esteja viajando ou para onde, é sempre uma boa idéia deixar os detalhes do seu itinerário com um amigo de confiança ou um membro da família em casa
  • Além disso, verifique se você está entrando em contato com eles diariamente, mesmo que seja para dar um oi rápido – você pode obter Wi-Fi praticamente em qualquer lugar nos dias de hoje. Caso você vá ficar desconectada por um período de tempo, informe-os

  • Nunca carregue mais do que o necessário – uma cópia do seu passaporte deve ser suficiente, é melhor manter os documentos originais trancados durante a sua estadia

  • Faça um bom orçamento e leve apenas o dinheiro necessário para suas despesas diárias

  • Seja amigável, mas não ingênua com as pessoas que você conhece – nunca deixe sua bebida sem vigilância – e beba com responsabilidade

  • Dependendo do seu destino, verifique com seu clínico geral, talvez você precise de alguma imunização. Permita-se pelo menos 4 a 6 semanas antes de viajar para obter as vacinas necessárias, especialmente aquelas que requerem mais de uma dose. Isso deve dar às vacinas tempo suficiente para começar a agir, para que você esteja protegida enquanto viaja.

Viaje leve, fique segura e divirta-se!

Happy travels 🙂

*Este artigo também foi postado em inglês no blog da autora, conheça seus ótimos conteúdos: Poster Girl  

Quer viajar sozinha com todo o suporte de quem tem a experiência? Entre em contato com @agencialaviajera!

Confira opções na Indonésia e no Chipre!

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Mais Mulheres Viajam Sozinhas em Todo o Mundo – por Evelyn Cheida

Cresce número de mulheres que viajam sozinhas,
mas latinas ainda têm medo

Neste artigo você vai conhecer os dados de todas as pesquisas sobre o assunto: é notável o aumento de mulheres que viajam sozinhas no mundo todo! Mas as Brasileiras e demais Latinas ainda viajam muito menos.
Vamos entender por quê?

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Evelyn Cheida

La Viajera, jornalista fundadora do blog que mais empodera a mulher para viajar sozinha. Lugar de mulher é onde ela quiser!

O crescimento de mulheres que viajam sozinhas é um fenômeno mundial

São inúmeras as pesquisas sobre o aumento de mulheres que viajam sozinhas e o blog La Viajera estudou todos esses dados e trouxe as informações mais importantes para você. As pesquisas globais são bem mais robustas e interessantes, siga na leitura! 

O último levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo já está defasado (2017), mas já apontava que o percentual de mulheres que desejam viajar sozinhas (17,8%) é maior que o de homens com a mesma vontade (11,8%).

O MaxMilhas, que vende passagens aéreas por meio de milhas de programas de fidelidade, constatou que o número de mulheres que compraram voos individuais para o Carnaval em 2020 cresceu 8% em relação a 2019.

A Assist Seguro Viagem também observou que a maioria dos clientes que investiram na contratação de seus seguros de viagem em 2020 foram mulheres.

A gigante e-commerce de viagens Booking.com fez uma pesquisa em 2019 com clientes do Brasil, México, Colômbia e Argentina – homens e mulheres que já realizaram pelo menos duas viagens internacionais: 62% das mulheres afirmaram que já fizeram pelo menos uma viagem em sua própria companhia para outro país

Um dado interessante dessa pesquisa é a percepção predominantemente positiva acerca da mulher que viaja por conta própria. Para os latino-americanos, elas são independentes (65%), aventureiras (54%), seguras de si (51%) e corajosas (40%) – em meio aos viajantes brasileiros, os números sobem para 71%, 52%, 53% e 49%, respectivamente. 

Os números parecem bons, não? Mas decepcionam quando olhamos a grande figura.

Mulheres Latinas ainda têm medo de viajar sozinhas

Apesar da percepção positiva desta amostra, a mesma pesquisa da Booking mostra um dos motivos porque ainda estamos muito longe das europeias, campeãs em viagens solo.

O medo e a insegurança impedem 17% das mulheres latino-americanas de viajarem sozinhas. Segundo essa parte do levantamento divulgado pelo G1, 16% das mulheres nunca nem sequer pensaram na possibilidade, enquanto 55% justificam que preferiam a companhia de outra pessoa para viajar. 

A pesquisa mostra ainda que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia. Não há dúvidas de que a violência deve ser um dos motivos compreensíveis para a apreensão dessas mulheres, porém há algo que não devemos ignorar nesse contexto.

A cultura latina ainda é uma das mais machistas e patriarcais do mundo. Implantada pelas religiões e diversos outros fatores, a ideia de que o “macho” pode tudo, claro, incluindo viajar sozinho e o que mais ele quiser, e a ideia de que a mulher seja sempre a bela, recatada e do lar, permanecem enraizadas. 

Estão profundamente marcadas no inconsciente coletivo de nossa latinidade, pouco importa se no Brasil, Colômbia, Nicarágua, México, El Salvador ou Argentina, etc. Muda a cor da bandeira e o carimbo do passaporte, mas essa ainda é a cultura latina, que nos impede de voar mais alto.

 

Crédito: Evelyn Cheida. Não pude deixar de tirar essa foto quando encontrei esse adesivo no espelho do banheiro feminino de um bar em Santiago do Chile

O machismo que nos sufoca e nos faz questionar se podemos ou devemos viajar sozinhas é o mesmo que causa altos índices de feminicídio, violência doméstica e sexual nestes mesmos países. Além, é claro, da eterna objetificação da mulher.

Isso tem que mudar e rápido. O blog La Viajera foi criado para te empoderar e somar nessa luta.

Em outros países as mulheres viajam sozinhas muito mais

A companhia aérea British Airlines fez uma pesquisa global no fim de 2018 que ganhou um nome incrível! (Don´t) Come Fly With Me(Não) Venha Voar Comigo

 

Foram ouvidas 9 mil mulheres de 18 a 64 anos no Reino Unido, EUA, Brasil, França, Alemanha, Itália, Índia e China. 50% delas contaram que já tiraram férias sozinhas. Veja que outras descobertas incríveis:

  • Quase metade das mulheres estão escolhendo viajar sozinhas

  • Mais britânicos (homens e mulheres) tinham mais de 50 anos quando decidiram viajar sozinhas pela primeira vez, em comparação a qualquer outro país – Ingleses e Inglesas empoderadas em qualquer idade! Sensacional!!

  • 16% das mulheres do Reino Unido tinham viagem marcada para os próximos meses na época da pesquisa

  • 75% das mulheres estavam planejando uma viagem individual nos próximos anos

  • As passageiras da cia embarcam em sua primeira viagem sozinha antes dos 25 anos

  • As italianas são as mais aventureiras. Um impressionante número de 63% entre 18 e 65 anos já explorou pelo menos um país estrangeiro sozinha, seguidas pelas alemãs com 60% – essa é a nacionalidade que viaja solo com mais frequência no mundo!

  • Mas parece que não estamos tão mal assim na fita: as menos inclinadas a se aventurar no exterior, com apenas 16%, eram mulheres dos EUA (já morei lá tenho uma teoria para isso…). No entanto, isso parece mudar, já que 62% estava planejando uma viagem sozinha nos próximos anos

  • Os EUA têm o menor número de mulheres que viajam sozinhas, com apenas 17% tirando férias solo, em comparação a 46% dos homens americanos; no entanto, aquelas que viajam têm maior probabilidade de viajar por mais de seis meses

  • Na China, mais mulheres do que homens fizeram uma viagem solo ao exterior mais de 10 vezes. Uau!

Geração Z: Um terço das mulheres planejam viajar sozinhas

Para a Geração Z viajar é mais importante do que construir patrimônio. E grande parte quer fazer isso sozinha(o)

A Booking.com produziu mais um estudo que nos leva à uma conclusão interessante – ninguém segura essa geração. A próxima geração de viajantes globais, entre 16 e 24 anos, está prestes a descobrir o mundo – e para elas isso é prioridade, antes de comprar uma casa ou formar patrimônio. 

Segundo o levantamento, 1 em cada 3 mulheres (36%) dessa geração planeja viajar sozinha pelo menos uma vez na próxima década. E mais:

  • 70% já tem uma lista de lugares que planeja conhecer

  • Um terço diz que realmente prefere ficar sozinha(o) quando viaja

  • 20% querem fazer um mochilão sozinha(o) ou tirar um ano sabático

  • 54% dão importância à obtenção de um emprego que inclua viagens e 57% dizem que um trabalho que os expõe a outras culturas também é atraente 

Mulheres de todas as idades estão viajando sozinhas - e mais fatos interessantes

Mulheres acima de 60 anos também viajam sozinhas - e isso é maravilhoso

O site Solo Traveler World também compila várias pesquisas interessantes:

  • As mulheres continuam a viajar mais sozinhas do que os homens. “47% dos viajantes com viagens de aventura no exterior estão registrados como ‘solo’. Um espantoso 85% desses viajantes individuais são mulheres”. Fonte
  • O mesmo artigo aponta que as pesquisas por “Solo Women Travel” aumentaram em 2019. “As pesquisas do Google por ‘solo women travel’ cresceram 32% em 2017 e 59% em 2018. Em 2019, o aumento saltou para 230%
  • O Pinterest vê um enorme crescimento no interesse por viagens individuais femininas. “O Pinterest também relatou um aumento de 350% nas mulheres que fixam artigos em apenas viagens femininas
  • Surto de baby boomers – pessoas nascidas entre 1950 e 1960 – viajando sozinhas! Um estudo realizado pela Booking.com lançado em maio de 2018 com 20.500 viajantes globais constatou que “também há um aumento nas viagens individuais com 2/5 (40%) dos Baby Boomers globais fazendo uma viagem individual no último ano, e mais 1/5 (21%) planejando comprar uma no futuro”. Fonte
  • A mesma pesquisa aponta que as pessoas afirmam que viajar sozinho é uma experiência que querem repetir. 34% dos entrevistados disseram que viajar sozinho está entre as “5 principais viagens em que eles já fizeram e gostariam de fazer novamente”.

As mulheres de todo o mundo estão descobrindo cada vez mais a delícia e o empoderamento de viajar sozinha! É só o começo! E você, ainda se sente insegura? Conta aqui nos comentários qual é o seu maior medo, estou aqui para ajudar! 

Aqui você encontra os melhores conteúdos para se empoderar e começar a viajar sozinha. Confira o guia completo com o passo a passo para planejar sua viagem e aprender a se libertar das crenças limitantes!

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Mulheres que Voam – por Inahiá Castro

Só ganha o céu quem dá um passo no vazio

Viajar sozinha para voar - mulheres que praticam voo livre - e como são livres!

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Viajera convidada: Inahiá Castro

Jornalista e Piloto de Parapente

Viajar sozinha para voar era meu sonho de liberdade! Fui uma das primeiras mulheres a praticar voo livre no Brasil

Viajar sozinha e voar. Eu nasci com uma alma livre, e me lembro que esses eram os desejos mais fortes da minha infância. 

Quando eu pensava em ser “gente grande”, isso significava o passaporte para o mundo do “posso fazer tudo sozinha”.  

Me atraía essa possibilidade que os adultos tinham de saírem sozinhos, sem precisar andar de mãos dadas e sendo puxados por ninguém

Eles podiam ir à banca de jornal da esquina, ao supermercado, ao banco, ao trabalho, pegar estrada, ir a outras cidades, ir ao aeroporto, viajar sozinha pelo mundo. Era isso que eu queria da minha vida adulta. Queria ir…

Pertenço a uma família grande, numerosa em primos, tios, e isso me proporcionou uma infância e adolescência quase sempre na coletividade

Em casa, meus pais eram festeiros e animados, e os amigos eram sempre bem-vindos, tanto os deles como os meus e de meu irmão mais novo. 

Isso certamente contribuiu para eu me tornar uma pessoa sociável, comunicativa, que adora gente, mas também me despertou mais que a curiosidade, a necessidade de estar só; de viver momentos comigo mesma, em que as decisões de quando, como e aonde ir dependessem só de mim.

A primeira experiência veio cedo, por volta dos 14 ou 15 anos de idade, quando eu viajava para o interior ou litoral, para visitar a família, e meus pais assinavam autorizações em juizados de menores para que eu pudesse ir sozinha. Aquilo tinha um sabor incrível.

Meu sonho era ser livre: poder viajar sozinha e voar – literalmente!

O parapente me proporciona conhecer lugares incríveis no Brasil e no mundo há 27 anos

Mas foi quando comecei a praticar voo livre que o sonho realmente se concretizou e, mais que isso, se tornou um estilo de vida do qual eu não posso e nem quero me distanciar nunca mais.

Muito inerente a esse espírito de liberdade sempre foi a minha vontade de voar. Desde pequena, me imaginava voando, com ou sem asas; com superpoderes ou com equipamentos que pudessem me proporcionar a façanha. 

Prometi a mim mesma que quando eu crescesse, iria saltar de paraquedas, voar de asa delta, de vassoura, ser piloto de avião, de nave espacial, qualquer coisa que me colocasse passeando pelo céu. E foi quase isso o que aconteceu.

Em 1990, dois anos após o falecimento do meu pai, um amigo comentou comigo que havia começado um curso de paraquedismo. Ele mal terminou de falar e eu quase gritei: “eu também querooo!” E lá fui eu. 

Frequentei as aulas teóricas e em menos de duas semanas fui para a área de paraquedismo de Boituva, no interior de São Paulo, onde fiz meu primeiro salto e mais outros dois no fim de semana seguinte.

Gastei o salário de um mês inteiro pagando pelo lugar no avião, e dormi em um sleeping bag dentro de uma barraca montada no gramado da área de paraquedismo, para economizar o dinheiro do hotel

Choveu à noite, passei frio e fiquei tão molhada que tive que me abrigar no hangar, graças à boa vontade e compaixão ­do piloto do avião­ que se lembrou que eu estava acampando quando a chuva ficou forte. 

Ali eu aprendi que viajar sozinha não significa estar só e muito menos abandonada.

Minha vivência no paraquedismo não durou mais de duas semanas, quando eu percebi que o sonho tinha preço e não estava ao alcance do meu bolso. 

Uma das pioneiras do Parapente no Brasil – voando e viajando sozinha há 27 anos 

O melhor da minha viagem sozinha inicia aqui: quando começo a me conectar ao Parapente

Mas, em 1992, conheci o parapenteesporte que havia chegado ao Brasil pouco tempo antes, trazido por franceses, e que começou a ser praticado no Rio de Janeiro, então cartão de visitas do Voo Livre brasileiro. 

Conheci os pioneiros da modalidade no país e comecei a aprender e me dedicar àquele esporte que misturava a possibilidade de planeio das asas delta com a dirigibilidade e semelhança aerodinâmica dos paraquedas.

Me tornei uma das primeiras mulheres a voar de parapente no Brasil e meu hábito de viajar sozinha passou a acrescentar uma mochila de 20kg à minha bagagem. 

O esporte, que é praticado em regiões montanhosas, me levou a conhecer lugares incríveis no Brasil e no mundo nos últimos 27 anos, e apesar de estar sempre acompanhada de amigos que também voam, as viagens foram e são em grande parte sozinha.

De ônibus, trem, avião, barco, carro próprio ou carona, no final e quase sempre, sou eu comigo mesma para a escolha dos destinos, as rotas a serem seguidas, as decisões durante as viagens, os lugares onde dormir, que variam de suítes ultra confortáveis em hotéis de luxo a colchonetes no chão de algum lugar com paredes e teto.

O momento do voo é o auge do estar só – Plenitude

O melhor momento: lá no alto sou eu comigo mesma, o auge do estar só

Ainda que eu possa ter companhia para esses passeios, o momento do voo é a grande viagem dentro da viagem. E ali, sou eu comigo mesma, a centenas ou milhares de metros do chão.

Inflar um parapente e correr montanha abaixo até pisar no vazio é uma das maiores experiências de viagem para dentro de si mesmo. 

O silêncio é quase absoluto, interrompido somente pelo som do vento passando pela asa. A atenção absoluta em cada movimento proporciona o quase impossível silêncio da mente.

Não há espaço para passado e futuro, somente para o agora. Esquerda, direita, gira, sobe, desce, procura um lugar seguro, pousa.

O silêncio da mente é o auge do estar só. A possibilidade da viagem para dentro de nós mesmos. 

E quando temos essa experiência, seja pela prática de esportes de aventura, técnicas de meditação, exercícios ou práticas de busca interior, entendemos que a experiência do autoconhecimento é o caminho para encontrar prazer em estar só sem se sentir solitária.

Viajar é também e principalmente uma experiência de convivência com novas pessoas, culturas e costumes, e é preciso estar sempre bem e confiante com nossa própria companhia para ser mais maleável no convívio com outras pessoas que se somem a nós pelo caminho e façam cada viagem ser única e muito especial, como um grande voo.

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Minha Primeira Viagem Sozinha

Minha Primeira Viagem Sozinha

"Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos"

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Evelyn Cheida

La Viajera, jornalista fundadora do blog que mais empodera a mulher para viajar sozinha. Lugar de mulher é onde ela quiser!

Minha primeira viagem sozinha: Guarda do Embaú - SC

Viajar sozinha foi algo que sempre desejei, desde muito nova. Morar fora também, um sonho!

Eu pensei que sabia qual tinha sido a primeira vez que tinha viajado sozinha: quando me mudei de país

Mas quando parei para pensar para escrever esse artigo, minha memória me deu um baita susto: foi bem antes disso! Eu tinha 22 anos, recém terminado um namoro de 4 anos, um grande amor na minha vida.

Dois meses depois era dezembro, verão, fui acampar com minha amiga em uma praia. Lá encontramos um amigo dela que disse que ia com uma galera pro sul e chamou a gente pra ir. Ela não podia, mas eu disse na hora: “tô dentro!

Embarquei com uma galera que não conhecia para a Praia do Rosa em Santa Catarina. Era minha primeira real aventura longe de casa. Viagem longa, outro estado, sem data pra voltar. Avisei minha mãe que ficaria pelo menos um mês fora. 

Planejei ir com eles até lá, mas depois dar um rolê só meu, viajar sozinha, fui aberta ao que pudesse acontecer.

Nem sei quantas horas de estrada. Lugar belíssimo. O pessoal até era gente boa, mas não senti uma conexão. 

Fiquei um tempo com eles (não lembro se uma semana, 10, 15 dias, faz muito tempo, rsrs), aproveitei tudo que tinha pra aproveitar no Rosa

Muita praia, muita paquera, muita balada, show do Planta e RaízPraia da FerrugemPraia do Silveira, vários rolês. O mundo parecia um ovo, lembro que, sem planejar, encontrei amigas de São Paulo e até de Santos. 

Viajar sozinha pela primeira vez

Enfim, depois de curtir tudo o que queria do lugar, resolvi partir sozinha

Não teve como escrever esse post sem lembrar dessa música que marcou essa época – na versão do Raimundos, claro:

“Eu não abro mão nem por você, nem por ninguém! Eu me desfaço dos meus planos!  Quero saber mais que os meus 20 e poucos anos!

O desafio de viajar sozinha: minha primeira aventura longe de casa - um mês de rolê pelo litoral de Santa Catarina

Parti realmente sozinha pela primeira vez. Claro que precisei de coragem para fazer algo que nunca tinha feito.

Ali eu aprenderia que viajar sozinha era a maior libertação, que eu poderia fazer só o que eu quiser, na hora que eu quiser, do jeito que eu quiser. E que eu não precisava sentir medo disso. 

Peguei um ônibus (ou carona, na real não tenho certeza) e fui pra Guarda do Embaú, outro lugar que era louca pra conhecer. 

Aluguei um quartinho só pra mim, era minúsculo. Fiz amigos. Paqueras. Tive uma noite maravilhosa na praia em noite de lua cheia com um homem lindo.

Um dia ele me levou pelas montanhas da Guarda, as paisagens são incríveis. Um eremita morava ali totalmente isolado há muitos anos. 

Ele era adepto da dieta macrobiótica, um homem totalmente zen. Eu nunca esqueci o que me aconteceu ali.

Em uma conversa que tivemos, ele conseguiu me fazer mudar um péssimo hábito que eu carregava há anos – o de ficar balançando as pernas – em um claro sinal de ansiedade

Minha mãe vivia me chamando a atenção para isso, em vão. Meu irmão tinha e tem até hoje o mesmo mau hábito. 

Enfim, esse homem de olhar tranquilo olhou pra mim e me disse o óbvio, o que minha mãe sempre dizia: que eu precisava parar com aquilo. E que eu deveria tomar chá.

Lembro da forma como ele olhou pras minhas pernas balançando. Ele me deu um chá, eu tomei. Não me pergunte como, mas isso me transformou. Nunca mais eu balancei as pernas. Pode até ser que eu faça vez ou outra, raramente, mas nunca mais como antes.

Segui viagem para outro destino

Praia da Joaquina em Floripa

Da Guarda, o próximo lugar que eu queria conhecer era Florianópolis. Lembro que falei com uma amiga que estava lá e fiquei com ela por uns dias.

Praia Mole, Galheta, Joaquina, Jurerê, aquele city tour maravilhoso, bares e baladas.

Uma pena eu não ter muitas lembranças concretas dessa viagem pra contar mais e eu nem entendo o por que disso. Nem por que eu nem lembrava que essa tenha sido realmente a vez em que eu comecei a me jogar sozinha.

Talvez porque eu ainda estivesse sofrendo com aquele término, porque eu só tinha um ano de formada e estava sem emprego. Um ano antes perdi um amigo em um acidente que me traumatizou e minha vida virou de cabeça pra baixo. Era muita coisa. Eu estava perdida na vida

E quando eu era jovem eu não me permitia sofrer. Eu me anestesiava fazendo mil coisas pra me distrair, não me deixei viver o luto. 

Interessante olhar pra trás agora e ver que essa foi a única viagem sozinha em que eu estava meio sem rumo. Era o momento que eu estava vivendo.  

Porque todas as outras viagens que eu fiz sozinha depois me trouxeram uma conexão absurda comigo mesma. 

Uma sensação de plenitude, paz, felicidade. E o mais incrível, em todas essas eu fui sozinha, mas não significa que eu fiquei sozinha… vejo as fotos e estou rodeada de gente, feliz da vida, cheia de novos amigos.

Mas isso é assunto pra outro post!

Nesse primeiro mês fora de casa foi a primeira vez que senti muita saudade de um lugar da casa, uma sensação que me persegue em todas as viagens até hoje… se você pensou minha cama, errou! 

O lugar que uma mulher que viaja mais sente saudade é o seu banheiro! Com todos os seus cremes e shampoos, etc, etc… tenho certeza que quem viaja se identificou! rsrsrs

E você, pra onde foi na primeira vez que teve coragem de viajar sozinha

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